Contos : 

Fragmentadas Veredas...

 
O ponto do momento é o agora. Esse é o meu "tempo". Mas é o seu também, mas você não vai entender. Deixe-me tentar te explicar: Você não está seguindo um percurso reto, partindo de um horizonte em direção a outro. Você está no "centro" de si mesmo, irradiando-se para todas as "direções". Veja como é difícil colocar em palavras que foram criadas para representarem uma noção linear, a expressão não-linear e espontânea da verdadeira "realidade". Não posso contar-lhe tudo, pois palavras ainda não foram inventadas para dizer o que sei. Dentro da mente pela qual escrevo, muitas vezes não encontro os termos certos para expressar-me, falta experiência, vivência e conhecimento para traduzir o intraduzível, e assim Vamos preenchendo as lacunas. Mas entenda, que os seus caminhos são múltiplos, você os escolhe, consciente e inconscientemente, e a parte sua que lê as veredas trilhadas neste "lado da realidade", você chama de ego. O você que você acha que é Você.
Por esses caminhos, infinitos, é verdade, você forja, quase literalmente, através do fogo, umas das suas mais caras (queridas) experiências. Os outros caminhos, as outras possibilidades também trilhadas, mas é claro, você trilha todas, são os seus outros vocês, todas as probabilidades, alter-egos, e vidas passadas, como você as interpreta agora. E claro que, todo esse pacote de experiências, você pega, joga para cima para contemplá-los e criar sua experiência, e interpreta isso à luz do tempo e do espaço. Porque para você são estruturas válidas, que no atual estágio de evolução de sua consciência te dá segurança e norte. Você um dia precisou de uma calda para se equilibrar, até perceber que não precisava mais dela...
Você, atualmente acha que precisa de olhos para enxergar, e de um corpo para existir, mas não percebe que Você é independente dos dois, e que na verdade, é eles que dependem de ti para existirem.
Por esses caminhos fragmentados você, o Você mais interior, que também lê essas sentenças agora, vai pulando de alegria, criando sua própria vida, personalidade e experiências, nessa história que é sim, literalmente sem fim! Você Nos conta da sua experiência terrena, como quem conta um filme fantástico do qual tirou lições importantes. Você se encanta com elas, ri e chora, e guarda em suas lembranças para revivê-las depois. Você conserta as partes feias, sofre com o que podia ter feito melhor e não o fêz, então você volta em suas "lembranças" o as conserta. E esse jubilo enche a sua alma de alegria. E é dessa forma que ela vai entendendo o que é verdadeiramente trilhar caminhos, construir experiências e semear realidades.
Você vive aquilo que achou que era importante, para provar a si mesmo que não era. Volta então, e vive as que de fato são importantes. Essa experiência de criatividade e descoberta nunca acaba. Ela se aperfeiçoa, se abre se expandindo a patamares acima da sua noção atual, e como dito, não há palavras para descrever, e elas sequer podem ser inventadas no seu atual estágio de experiência. Muitos de vocês nem quer saber, porque o ego é ciumento e quer reinar nesse mundo. Essa é a "função dele hoje". E é importante que seja assim, pois você não se torna um adulto bem formado se pular da infância para a vida adulta sem passar pela adolescência. E isso não tem anda a ver com tempo e espaço, mas sim com experiência, e a mesma não precisa dessas duas dimensões para se concretizar. Você é claro, cria as suas experiências, e elas serão reais pra você em sua medida, o tempo e o espaço são variáveis válidas, mas válidas apenas para você, agora. A ideia básica é saber que elas não existem por si mesmas, mas apenas por causa de suas experiências nelas.
A Nossa "função" é semear sendas. Plantar ideias novas para promover o impulso, o movimento. Já dissemos que a alma não é nada sem interação, nada é estático. Tudo precisa se mover. Somos aquela parte que vem lembrar a você para olhar para o outro lado. Cutucar o seu ombro e dizer que uma hora o filme vai acabar, e que a vida lá fora é tão interessante quanto. Você já passou da fase de se preocupar apenas com o filme. Pode agora assisti-lo e ver o movimento da rua lá fora. Fazemos isso no decorrer da história que você interpreta como linear. Se não o fizéssemos, você se encantaria tanto com o filme e com o escuro do cinema, que sairia tateando lá fora, sem noção de onde pisar. Somos meio que o guia que te falo "hei, segure aqui e aproveite a viagem".
Não importa o nome que nos dê, como nos interpreta, que valor dará a isso. O que importa saber é que há algo lá fora, ainda que more apenas em suas esperanças. Pois já dissemos que em que acredita é o que irá viver. Mesmo que depois ria, vendo que na verdade todas as religiões foram historinhas coloridas de crianças. Mas a ideia é essa mesma, livrinhos coloridos ensinam muitas coisas aos pequenos, mesmo que depois de adultos eles cresçam e descubram que a coisa eram bem outra. Mas na infância, pelo menos, serviu para orientar.
Sempre estivemos aí. Em épocas obscuras as pessoas nos percebem mais. Faz parte do jogo. Você nunca procura a boia quando ainda dá pé.
Você não pode mudar as coisas que não te agradam, se não mudar você mesmo. Lembre-se, você irradia de dentro pra fora, você é o centro, a circunferência o mundo.


j

 
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London
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