Poemas : 

Ópio

 
Meu peito dói nessa insana insônia, de um peso intoxicante
Seria ópio ou cicuta que porventura me teria sido oferecida
Seria a proximidade do abismo que separa das verdes matas
Sabendo que a flor está sobre a relva, logo adiante, no chão
Por mais que eu aspire ao dom da sorte, a solidão me segue
A febre, o desengano e a pena de viver sendo pobre mortal
Falta-me a cor de teus lábios a brilhar para me saciar a sede
Que falta me faz sorver um lento gole de vinho refrescante
Embriagar-me até chegar ao nada, dissolver-me até esquecer
Mas em verdade não aprenderei jamais, vou amando de novo
A mente hesita, mas o peito voa nas asas invisíveis da poesia
Onde se ouve o canto que abre janelas encantadas ao perigo
Logo terei contigo minha fada estelar a noite é suave e linda
Sinto a seiva que perfuma o bosque e suas árvores selvagens
Onde fugirei contigo entre a brisa, em meio ao musgo verde
É a estação das madressilvas e das violetas a viver tão breve
A fantasia é um véu feito de ilusão e sonhar é o meu ofício
Devo partir, minha musa me espera a música não pode parar


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 12/12/2020 21:41  Atualizado: 12/12/2020 21:41
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 Re: Ópio
Boa noite Mr.Sergius, teus versos enredam um personagem devotados aos encantos de afetos amorosos de um determinado alguém, que lhe apetece todos os desejos afetuosos, parabéns pelo vosso envolvente poema, um abraço, MJ.