Poemas : 

Esconderijo

 
Quando o sol ardente se vai a lua desponta no céu
A noite invade a cidade espalhando sua escuridão
Empurrando o vento pelo mar que reage em ondas
Como uma carícia que devolve mansa pelas areias
Minha silhueta de prata caminha lenta à beira mar
Enquanto todo o denso do céu esconde as nuvens
Que foram, no dia, carneirinhos saltando pelo azul
Toda essa brandura esconde a dor de uma partida
Lábios de paraíso que vivem apenas em lembrança
Anseios profundos nessa flama que apaga devagar
Já foste minha e na aspereza dos dias, eu te perdi
Agora o tempo constrói esse tumulto de emoções
Na angústia que me devora, meu mundo se desfaz
Deixou a mágica no passado e apagou a esperança
Ó tempo, incontido tempo, signo que causa temor
Senhor do inícios e finais, volta atrás o calendário
Aniquila esta ausência ou me leva para as estrelas
Onde sei que a dor da saudade não me encontrará



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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