Ignoro com que palavras tu rimas,
Eis-me cansado de vós, verbo e nome,
Benditos, malditos em vãs surdinas,
Afagos de brisa que ataca e some.
Amigos não somos, bem imaginas,
Tu és gelo e fogo que me consome;
Se me deste alegrias pequeninas,
Também me deste o pranto, a dor, a fome.
Se soubesse a tua doçura métrica,
E ela valesse a minha forma ascética,
Adeus meus versos, adormeceria…
Para qualquer vã coisa, talvez poética,
Suando da cruz imponente e fria,
Te achar na escuridão dum simples dia.
16 de Março de 2013
Viriato Samora