Jazia insepulta em a laje fria,
Minha alma cruelmente assassinada;
Prostrada no corpo da pedra ia
Lançar-se ao fim do mundo, desvairada.
Foi quando um anjo fêmea a mão pia,
Lançou âncora ao vazio, ao nada,
Fez-me des-sentir a dor que sentia,
Dizendo-me Sê! Que estás perdoada...
E naquele momento sapiente,
Que nenhum poeta saberá cantar,
Um só pensamento veio à mente:
Vai a gangrena da alma a enterrar,
Nas profundezas do peito dormente,
Que a voz do estertor grita mais amar!
19 de Fevereiro de 2001