Sonetos : 

Pobre quem desconhece o devaneio

 
Pobre quem desconhece o devaneio,
Quem sorve e traga dizeres (mal) feitos,
Foge e escarnece dos becos estreitos,
E entre o ser e o não ser quer o do meio.

Foi em vagas de tempo que o amor veio,
Tantos escolhidos, nenhuns eleitos,
Tanto era o amor de amores imperfeitos,
Que o amor se foi no seu próprio seio.

Do teu riso ao siso, onde estás meu passo?
Uma só boca, um só toque do traço,
Ó tristeza vã dos olhos vertida!

Corro atrás de mim, mas nunca me caço,
Para gravar na memória traída,
Que a maior riqueza é desconhecida.

14 de Julho de 2010

 
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ViriatoSamora
 
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