Sonetos : 

Luar apagado da morta lua

 
Luar apagado da morta lua,
Nevoeiro quinhentista e cegante,
Chuva crepitante na vaga rua,
Olhos que olham com olhar trespassante.

Vede, mundo! Mais hábil que Bramante,
Esbelta efígie que se insinua,
Num odor quimérico e inebriante,
Corpo de flores que veste a alma nua.

Falai, alma! O que senti e quereis,
Com voz de povo, fidalgos ou reis,
Em qualquer timbre de bom português…

Tudo começa e acaba uma vez,
Desde que o universo existe e se fez;
Tu és Saturno e eu os teus anéis.

17 de Dezembro de 2002

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
19
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.