Sonetos : 

A paz não me alcança os belos sentidos

 
A paz não me alcança os belos sentidos,
Contudo suspensa vejo-a assim,
Olhando-me e rindo-se de mim,
Como alta ave soltando os seus gemidos.

Longe, no cemitério sem fim,
Plana e pousa no leito dos caídos,
Digo-lhe que não e diz-me que sim,
Abre-me as portas aos passos perdidos.

A paz parou a rotação da terra,
No momento do corpo que se enterra,
Um mocho piou à vinda do rei.

Eu, que não queria a paz nem a lei,
De querer outra paz que nunca sei,
Na paz, na vida, na morte, na guerra.

10 de Dezembro de 1998

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
32
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
5 pontos
3
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
iLA
Publicado: 26/05/2025 22:13  Atualizado: 26/05/2025 22:13
Da casa!
Usuário desde: 25/11/2024
Localidade: Brasil
Mensagens: 477
Online!
 Re: A paz não me alcança os belos sentidos
.
.
.
.
..
.

Ambivalência dos dias que se vão passando sob a face da terra.