Poemas : 

Entre o nome e o silêncio

 
Não adormeças.
Alguns sonos vêm
com promessas de cura
e saem levando o que nos resta.

Alguns pensam ser força
calar o incêndio,
mas tu sabes:
arder, às vezes,
é o que ainda nos desenha.

Sentir é chama,
é não fugir da lâmina.
É estender a pele
e, sem desperdiçar o corte,
sê inteiro.

Certas coisas ficam
mesmo depois que passam.
Como um gosto
na boca depois do vinho,
ou o silêncio
que soube teu nome
e o chamou,
como se já o tivesse sido.

Não aceites o alívio que apaga.
Deixa que doa.
Que fique,
que fira.

Há escolhas que protegem —
mas não salvam.
Às vezes,
é a prudência que nos custa a vida.

 
Autor
Aline Lima
 
Texto
Data
Leituras
50
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
15 pontos
1
3
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Odairjsilva
Publicado: 15/07/2025 17:34  Atualizado: 15/07/2025 17:34
Membro de honra
Usuário desde: 18/06/2010
Localidade: Cáceres, MT
Mensagens: 5741
 Re: Entre o nome e o silêncio
Sensível e belo. Gostei muito. Abraços poéticos!!!