Há um traço na tua boca
que me chama de volta
antes do espanto e do salto.
(Eu?
Nem sei se ainda era,
tua íris, meu oráculo.)
Acendo teu nome
com a mão esquerda,
numa parede que não existe,
onde a água move a face.
Às vezes,
te pressinto no vazio,
beijo a sombra que me deixas.
Não há certeza,
há visagem,
fio da promessa que me cabe.
Me debruço
no que vibra atrás da tua nuca.
E se é reflexo,
também é brilho que hesita,
é flor que não abre.
Te vejo
e sou quase
nos teus olhos que me atravessam,
antes do espelho virar névoa.
Talvez errada,
mas ainda inteira.