Acendeu-se hoje um círio pequeno,
Uma faísca no espaço, um grão de areia,
Veio ao mundo e já não é mera ideia,
Frágil e manso como o doce feno.
É coisa de alma num corpo terreno,
Um esboço de ser que se incendeia,
Não venha a ter o tempo por cadeia,
Molde-se culto e bruto, mas sereno.
Toda a vida é tomada de bastilhas,
A primeira dura e vencida já,
Muitas mais até ao lado de lá…
Viverá a demanda das maravilhas,
Romperá pelos continentes e ilhas,
E o céu, sempre que o vir, suspirará.
14 de Fevereiro de 2011