Comatoso o pensamento, a mente oca,
Entregue o corpo a dores que não tem,
Respira-se na noite que sufoca,
Dizem que amanhã é dia da mãe.
Eis aqui a tristeza que se poupa,
Deixando de ser presente de alguém,
Rouba-se a palavra, cerra-se a boca,
Vai-se sonhar num sono que não vem.
E é naquele tal momento indistinto,
Em que não se está, ma também não se é,
Que toda a alma morre ou põe-se de pé…
É o limbo, sendo eterno é sucinto,
Um porto só de espíritos faminto,
Donde partem barcas cheias de fé.
01 de Maio de 2010