Poema e Poesia
Poema e Poesia
by Betha M. Costa
Acabou a poesia que me sustinha a fé nos dias, e corria bicho solto pelas campinas do meu querer. Aquele que rolava em novelos de prazer pelas ladeiras dos sentimentos, bolhas d’água e sabão, delicadezas a explodirem em festas no ar.
Triste ver um poema espalhado pela casa, mãos perdidas dos dedos pelos cômodos, sem poder na pena e tinta tomar vida.
E um grito canta da sala à varanda, uma música cai do piano, uma lágrima alimenta o aquário e a alegria sai pela porta da frente. Na soleira um sorriso sem viço sobre o tapete de boas vindas.
Tudo por causa daquele nome retido na boca, que feito um livro guardou as palavras, e, levou consigo os meus versos. Sem ele não existe poesia que valha um poema.
*Imagem Google
INDEFERIMENTO
INDEFERIMENTO...
Leio nas páginas do teu querer
Os versos luminosos da tua palavra branda
E decifro teus desejos impossíveis
Que escorrem da janela dos teus olhos tristes
Querendo o céu com todas as estrelas
Mas a palavra NÃO foi necessariamente imposta
E em tantas outras páginas a encontramos
E deixamos esta Sentença desfavorável transitar.
Sem recursos, sem poder apelarmos à outra instância.
Indeferindo um amor que achamos ser justo.
Então...
Ficaremos às margens de uma história
De bem com o que temos
Nas palavras trocadas...
Da música que embala....
De vagas imagens...
Mas na calma do encontro ao acaso...
Usei algumas expressões que são da área jurídica.
SEREI CONTRADIÇÃO
SEREI CONTRADIÇÃO
Meu caminho é já uma imensidade
Trago nele um cheiro a terra molhada
À noite, descanso na saudade
De dia sinto a vida a fugir, lembrança passada.
E há lembranças no meu peito em brasas
Me abandono nelas como se fossem tempo presente
Lembranças chegadas de longe, trazem asas
Impossível é o regresso é sonho sómente.
As desenrolo nas insónias, e me deleito
E nasce um sonho imenso maior que o mar
Sou livre nesta morada onde me deito
E onde fico livre só para amar.
Estas lembranças mantêm vivo meu caminho
e meu querer.
E eu persisto que meu corpo há-de resistir
Hei-de desdobrar o tempo vizinho
hei-de viver
O tempo esse ignora o meu querer,
serei contradição, saberei fugir.
Memórias que são lenha p'ra me aquecer
Que ao recordar me deixam enfeitiçada
De madrugada me deixam adormecer
Para redobrar forças nesta minha caminhada.
rosafogo
natalia nuno
Coração profano
Coração profano
Toca-me
Com tua boca quente
Penetra-me
Com teus olhos de lobo faminto
Fala-me
Palavras que arrepiam.
Leva-me
Para os teus braços
porque a minha cama esta fria.
Aquece-me
Com o teu tesão
E salva o meu coração profano.
Porque és tu
O homem que tanto amo
E quero ao meu lado,
Como meu amado ou amante!
AMO-TE PORQUE A VIDA ME DEU DE PRESENTE
ESSE QUERER SEM LIMITES...
Venha comigo !
Venha comigo !
Para ser feliz
só preciso do seu sorriso na minha partida.
Mas se desejar me fazer feliz
para o resto da vida...
Venha comigo!
Elliana Alves
Este é o poema...
Este é o poema onde tu me despes
como se fosse tua,
onde me sinto nua e crua.
Da tua boca saem palavras loucas
estremecidas de ternura
e loucura,
e tuas mãos sem paragem
seguem p'lo meu corpo viagem.
E o teu querer actua
num ritual de ir à lua
e voltar.
Nada sei de ti...
Que sabes de mim?
Tu és apenas o poema que li,
o amor que não vai acabar
porque te quero tanto assim!
Deixo-me ir na lonjura,
na entrega, na emoção...
Viajo no teu corpo, banhada
numa corrente de mel
onde com ternura
dirijo a tua mão
que arrepia a minha pele.
Nos meus olhos desejos
na tua boca beijos.
De repente o silêncio
como se estivessemos ausentes
Só nossos corpos ainda quentes.
Assim nos amávamos
enquanto o poema ía nascendo!
rosafogo
natalia nuno
Química perfeita
Palavras pedem mais palavras
sorrisos proporcionam sorrisos
comuns levam a telepatias
premimos pedem compromissos!
Pedem-se promessas
suscitam-se sonhos
choram-se lágrimas reemersas
libertando os medonhos.
Levantam-se perguntas
elevam-se as almas
acalentando-se adjuntas
perdem-se as calmas.
Quereres se alimentam
saberes se ostentam.
Vozes se apresentam
trémulas e extasiadas.
Calosas se espevitam,
entusiasmadas são louvadas.
A química é explosiva
o entendimento é perfeito
a íntima é compulsiva
e tudo isto bate a meu peito!
Imagem retirada do Google e video do Youtube.
Olho-te atentamente 2008
Imagem retirada da Google
Debruço-me sobre ti, olho-te atentamente
Dormes agitado, o sono da velhice
Nas tuas rugas, vislumbram-se sofrimento
Revives teus longos dias findos
Conflitos, ataques suicidas
Pelejas de irmão contra irmão
Fome, miséria, pedaços de vida
Perdidas, sem rumo, sem união
Ao sabor dos lobos, dos agiotas
Que massacraram teu corpo
Tua alma impiedosamente
Sem pensar que és irmão
Que sonhaste só em sobreviver,
Na terra em translação
Dormes agitado, esperando
Que te sepultem, fatigado
Ansiando que o novo ano
Consiga, lutar, transformar
Os conflitos em união
A fome em saciedade
Unir vidas perdidas,
Em elos de fraternidade
Em pontes de comunicação.
E eu credulamente
Anseio essa transformação.
Um delicioso ano de 2009, a todos os Luso poetas
recheado de ternurenta e sublime poesia
Obrigado por todo o apoio que me deram neste ano de 2008
Bem-hajam
Riquezas
Riquezas tem meu querer.
Mas tão pobre é meu viver .
Falta a esperança.
Falta a bonança.
De tudo falta um pouco.
Quanta fraqueza humana,louco,
Doente, a querência quer mais.
Corpos querem o calor.
Unidos pedem amor.
Corações pulsam de alegria.
Não ao embaçamento.
Nuvens em clareamento.
O expandir da voz.
O chamamento sempre.
Com todas as forças, com o ventre.
Com as entranhas de meu viver.
Nereida
Queria tanto!?
Queria tanto!?
Queria tanto
Mergulhar em noites de sono
Mas este rosário de desencanto
Me leva de raspão ao abandono.
E bocejo, nas horas e nos minutos
Inútil truque que não adianta!
Vão se as noites e não colho frutos
Nem sonho e o cansaço me ataranta.
Queria tanto
Embriagar-me em plenitude
Ignorar a morte, e entretanto
Afastá-la «fique ela longe de ideias não mude».
Queria tanto
Neste meu sonho irreal
Cobrir-me de branco manto
E voar em espaço astral.
Mas em desconsolo descubro
Que de tanto eu querer, com tanta
tenacidade
De mais tristeza me cubro
Neste tempo a acontecer
Onde já me perco na idade.
rosafogo