Terra queimada
Fugitivo da terra queimada
Preso no seu próprio domínio
Sozinho no meio de nada
sob o luar vermelho sombrio
Num arrepio que sente
Sobre a sombra que o assombra
Neste sentido de morte
Entre as cinzas desta terra
Luta contra os pesadelos
Com coração carregado de dor
Mas esconde-se entre os rochedos
Com sangue fervendo de rancor
Uiva da morte anunciada
Com a saudade sentida
Mas que na mente, mente tanto
Que esquece a dor que o coração sente
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
José Coimbra
Teu nome numa pedra
De que vale ter o teu nome
Escrito na dura pedra?
Se não posso…
Ver o teu sorriso,
Cheirar o teu perfume
E ver o brilho dos teus olhos…
De que vale colocar uma rosa
Sobre a fria terra?
Se não posso…
Beijar-te,
Abraçar-te
E sentir o teu peito a bater…
De que vale ter o teu nome
Escrito na dura pedra?
José Coimbra
Uma lágrima cai...
Uma lágrima cai…
Na noite silenciosa
Criada pela dor
Dessa força poderosa
Que lhe dão o nome de amor.
Uma lágrima cai…
Na fria escuridão,
Longe do teu olhar
Ela cai na solidão
Sem ninguém para a secar.
Uma lágrima cai…
Em pleno sofrimento,
Com a tua partida
Só ficou o lamento
E uma profunda ferida…
José Coimbra
A Caça
Serei o caçador ou a presa
Desse teu misterioso olhar
Negro, mas cheio de beleza
Que me hipnotiza para te desejar.
Meus olhos dizem que me importo
Que a situação é nova para mim
Não sei como agir. Mal me comporto
Ataco-te ou começo uma fuga sem fim?
Como uma força desconhecida
O teu sorriso frio me seduz
E faz-me destruir a barreira proibida
Que me afasta da fuga e da luz.
Beijo-te. A escuridão estava em tua mente
Entre sorrisos e beijos ela recua lentamente
Aperto tuas mãos suadas e frias
Touché. Fim de caçada com maestria.
Janna
José Coimbra
Margens da ilusão
Nas margens da ilusão
Saboreia-se o néctar divino
Que aquece o coração
Do desventurado destino.
A melodia melancólica
Faz desertar a razão
Da esperança simbólica
Que atormenta a habitação.
O sofrimento delinquente
Está carregado de solidão
E de uma forma pungente
Derrama lágrimas na escuridão...
José Coimbra
Meu suspiro
O sorriso que disfarças
Dá-me uma nova vida
Unicamente ganho asas
Para uma última partida…
És o princípio do fim
Do meu caminho errante,
És o sangue dentro de mim
E a alma do meu corpo dormente.
És o silêncio do meu suspiro
Quando desabafo com o vento,
És o sopro que respiro
Quando meus medos enfrento.
És a palavra provocada
Que não consigo pronunciar,
És a felicidade de mão beijada
Que meu coração quer renunciar…
José Coimbra
Fica aqui
De ti eu gosto
E até aposto
Que gostas de mim.
Eu gosto de ti
Mas se não estás aqui
É o meu fim.
Cruel é a saudade
Por isso faz-me a vontade
E não saias daqui.
Fica por favor
Pois descobri o amor
No dia que te vi…
José Coimbra
Não sei nada sobre o amor
Não sei nada sobre o amor
Mas cantarei com clamor
Os teus olhos brilhantes.
Não conheço o Cupido
Nem onde ele está escondido.
Para tocar teus cabelos cintilantes.
Libera anda distraída,
Afrodite está desaparecida.
E eu, não te consigo alcançar.
Vénus está ocupada com Marte
Isis, meu amor, não comparte.
Resta-me, mandar-te um poema e esperar…
José Coimbra
Formosa flor
A noite era interminável,
Mostrando-me o seu lado miserável
Ocultando-me o seu sorriso agradável.
Te procurei
E te encontrei…
Já não sinto a dor
A luz se apoderou de mim,
No coração só tenho amor,
Na alma cresceu o mais belo jardim
Alimentado pela mais formosa flor…
José Coimbra
Para Além da Música
Cá estamos na madrugada
A ouvir um bom som
Que venha mais uma rodada
Que o vinho é do bom.
Conforme escuto essa música
Sinto picadas de emoção
A culpa é da bebida afrodisíaca
Ou estou perdendo a noção?
Já me sinto meio embriagado
Ante o teu sensual olhar
Nada me tirará do teu lado
Nesta noite espectacular
(Aqui me sinto por ti apaixonado.)
Não posso esconder meus sentimentos
Compreendi que o vinho e a canção
Afastam meus medos
E reforçam o que guardo no coração!
(Daqui me sinto por ti apaixonada.)
Janna
José Coimbra