Respiras-me

 
Respiras-me
Saboreando momentos
Feitos de sorrisos
Metamorfoseados em ar

Na intuição do sentir…

Com os sentidos a divagar
Vens até mim
Sem saberes
Se me vais encontrar

E, mesmo assim,
Partes sem rumo certo.
Só para me ver sorrir…

Abençoado respirar
Que me faz não saber
Para onde ir…
 
Respiras-me

VERDE

 
VERDE
 
A beleza da erva se vê na flor

Desponta glória em cor e perfume

Desenhado por dedos de amor

Em linhas e corpo delicado

Cativa olhares

Insignificantes ramos sem flores

Brotam sugando da mesma terra

Onde a flor entre folhas rara se faz

Mas há a erva pequena

Verde esmeralda

Que no escaldar da água

Exala seu aroma e sabor

Acalentando a alma

Verde escolhido a tingir tantas folhas

Completo e perfeito

Torna leve o ar, acalma o olhar

Entre folhas e flores se traça essa matiz de amor

Em suspiros profundos que alegram meus pulmões

Confesso que quando escrevi, eu pensei numa xícara de chá de erva cidreira, que enche o ar do seu doce perfume...
 
VERDE

E TUDO EM MIM DISSIPOU-SE NUM MOVIMENTO CONTRÁRIO

 
E TUDO EM MIM DISSIPOU-SE NUM MOVIMENTO CONTRÁRIO

O riso, o espanto, o desvario
O pranto, o delírio
Esgotaram-se
Nesse encantado vazio

A mágoa, a trégua, a chaga
A entrega, a praga
Desmarcaram-se
Dessa régua, do nada...

O obstáculo, o impacto, o tentáculo
O intacto, o espetáculo
Revogaram
Esse pacto no vácuo

E tudo em mim dissipou-se
Num movimento contrário
Como se a água d'um lago
Desabasse no meio do céu
 
E TUDO EM MIM DISSIPOU-SE NUM MOVIMENTO CONTRÁRIO

PRECISO ACALMAR MEU CORAÇÃO

 
Eu só quero viver em paz.
Ser feliz.
Sem guerra de nervos... Pressão.
Chega de confusão.
Exploração.
Deixem-me viver minha vida.
Parem de consumir minhas energias.
Trazendo-me problemas
E cobrando-me soluções...
Exigindo de mim equilíbrio.
É hora de cada um ter atitude,
Parar com as dependências,
Para que eu possa respirar.
Voltar a me amar.
Vocês me sufocam...
Consomem meu vigor.
Extraem-me o ar.
Levando-me a languidez.
Usem de sensatez.
Deixem-me viver minha vida.
Respirar meu próprio ar.
Não o ar exalado por vocês.
Eu preciso ter tranquilidade.
Ser feliz.
Porque eu me dou por inteiro
E tenho quase nada de vocês.
Viver assim é constrangedor
Só sirvo para servir...
Sou solidária na alegria,na dor.
Mas ninguém tem por mim consideração.
Quando são contrariados...
Bradam que servir é minha obrigação.
Valorizam seus trabalhos.
Tripudiam, humilham , ironizam.
Meu Deus quanta tristeza.
Quanta falta de amor...
De respeito pelo próximo.
Chega de aberração.
Preciso acalmar meu coração.
 
PRECISO ACALMAR MEU CORAÇÃO

A saudade esvai-se

 
A saudade esvai-se
 
Procuro na imensidão curta do tempo
A razão de permanecer…
Transporto-me para o passado
Ergo-me das areias do que fui
Vazada pela brisa fervorosa de ti
Desloco-me em amência de mim
Parto, chegando ao entroncamento de nós
Vacilo…por onde vou…
Meu olhar distancia-se no horizonte azul
Contemplo a viçosa planície
Povoada de bálsamos aprazíveis
De ser simplesmente aquilo que sou
Salto o imaginário imaginado
Dos labirínticos caminhos do sentir
Envolvo-me em carícias folhosas
Que desabrocha em frutos suculentos
Reprimidos de amadurecer

A saudade esvai-se
Como um rio que corre
No trilho de um novo sentir

Respiro o ar que me agita
Incendiando este fogo de te ter
Numa continuidade da paz descoberta
Nesta vida sedenta de viver

Escrito a 14/05(09

http://www.imeem.com/">
Song" rel="nofollow">http://www.imeem.com/matadorvn/music/ ... ng-for-you/">Song for You - Nana Mouskouri
 
A saudade esvai-se

Quadra IX

 
Quadra IX

Quando a noite é de calor
Em meu quarto ligo o ar
Depois puxo o cobertor
Para eu não me resfriar.

jmd/Maringá, 18.11.20
 
Quadra IX

FOGO E AR

 
No momento meu coração virou água,
que transborda e molha as pedras na estrada,
que alguém já andou um dia.

No momento meu peito é chama,
que arde e clama, que chora e ama,
porque passado é passado, nada posso mudar.

Sou vento que venta, invisível.

Sou fogo que arde com lágrimas por combustível.

(* Este poema é um indriso. O indriso é um novo gênero literário, uma nova modalidade poética derivada do soneto, criada pelo escritor espanhol Isidro Iturat)
 
FOGO E AR

“Desejo de voar”

 
“Desejo de voar”
 
Por vezes, imobilizada e muda o ar me falta.
Destemida, quero o domínio de minha historia.
Por vezes retenho anseios que em mim ressalta
E imóvel, abandono no trajeto, minha memória.

Por vezes, vejo as possibilidades embargadas.
E meus débeis gestos se dissimulam em evasão
Por vezes a liberdade que me é devida, tombadas.
Dissimulo atos aflitos, mascarando a emoção.

Por vezes, quero só respirar o odor da aragem.
Tantos vínculos que me aprofundam, refrear.
Por vezes impor ao silêncio minha linguagem
Apagar vestígios que o tempo traz ao paladar

Por vezes, desejos secretos, esmaecidos, alforriar.
Dispersar as borboletas, num livre e pueril voejar.

Glória Salles

No meu cantinho...
 
“Desejo de voar”

Filhos da mãe

 
Filhos da mãe
 
A Natureza sofre em nossas mãos...
A Natureza é nossa mãe
e nós, somos filhos ingratos.

A Natureza está
em todos os momentos
da nossa vida.
Tão sutilmente,
tão humildemente,
que nem percebemos.

Para simplificar:
é a mãe Natureza,
que purifica o ar;
a mãe Natureza é
nossa água, nossa luz,
nosso alimento...

A mãe Natureza é nossa vida.
Chego até pensar,
que não somos só "filhos do Pai"...
Somos também "filhos da Mãe".
Filhos da Mãe Natureza.

A.J. Cardiais
25.04.2009
 
Filhos da mãe

Meu Momento

 
Sinto o cheiro da vitória no ar,
depois das derrotas,
de todas as injustiças que sofri.
Das cobras e largatos que tive de engoli.
Da inveja alheia.
Da maldade humana.
Diante de tudo isso,
não deixei de acreditar na justiça maior.
Chorei fragilizada em alguns momentos sim,
até mesmo amaldiçoei...
Natural, sou humana.
Mas não deixei de acreditar,
em um novo alvorecer de gloria.
E eis que os ventos sopram ao meu favor.
Entôo cânticos de louvor.
Agradeço por esta luz
que sempre esteve em meu caminho.
Que pode me ajudar a mudar meu destino.
E chegar aqui, onde estou agora.
Rumo ao topo.
 
Meu Momento

A Última Canção *

 
 
..

A Última Canção *

Hoje
Eu poderia escrever(vos)
O poema mais definitivo de todos
Neste tempo de mecanismos imprecisos
Não seria belo, o verso!
Nem musical, o ritmo!
Nem criativo, o tema!
Nem original, a forma!
Nem relevante, o conteúdo!
Seria… definitivo …
Se os corpos
Assassinassem o nome
E entregassem a outras carnalidades
A assinatura
Escrevendo sangue, suor, lágrimas, sorrisos, gritos, mutismos
Transfusões nos próximos e nos longínquos
Saudações e padecimentos vertendo energias, nervografismos!

Qual é o nome que escrevem quando respiram?

LSJ, 160720140237

* a rever
 
A Última Canção *

O Sol chegou e não me viu

 
O Sol chegou e não me viu
 
O SOL CHEGOU E NÃO ME VIU

Os raios de sol, os primeiros
Surgiram através das vidraças.
Na horta espreitei os feijoeiros
Olhei na ribeira as verdes rabaças.

Um livro que ando a ler
Aqui caído no chão
Nas janelas?!
Brancas cortinas de algodão
Perguntas me faz a vida
e eu esquecida
não sei que responder.
Rodeia-me o ar livre
e um calor morno
Meu rosto se alegra e vive
sem ter linhas, nem contorno.

Fecho cortinas das janelas
e reparo em minhas mãos,
belas?
Já não são!

Fico-me por aqui sózinha
Entregue à meditação
Nesta vontade que é minha
De morrer neste meu chão.

Gastou-se a Vida sumiu!
Deixou-me um peso no peito
O sol chegou e nem me viu.
Trago meu tempo vazio
Sombrio a vida o tem feito.
Meus pensamentos errantes
Trago as palavras descontentes
Hesitantes, ausentes.

Quero só viver!
As janelas voltar a abrir
De júbilo estremecer.
Quando de novo o sol surgir.

À vida me quero cativa
Sentindo o sol me sinto viva.

rosafogo

Mais um dia passado na solidão e tranquilidade da aldeia, onde a paz nos poupa até o lembrar
da idade.
 
O Sol chegou e não me viu

Luto pelo afogamento das palavras não-ditas

 
Escapa-me a lucidez
nesse oceano de palavras não-ditas:
rosas indomáveis querem transbordar de mim;
o superego soberano as afoga; eu choro minha perda...
Nado em luto nos vãos estreitos
entre meus pensamentos paradoxais;
preciso respirar um instante de sanidade oxigênica.
Vislumbro o céu, refúgio das estrelas;
a lua, rainha dos amantes, brilha.
Enfim um pouco de ar...
 
Luto pelo afogamento das palavras não-ditas

Sufoco!

 
Sufoco!
 
Como me corrói este desejo,
Esta vontade de querer gritar,
De não conseguir mais suportar,
Sem dizer, sem contar o que vejo.

Como é que poderei alentar,
Ao participar neste cortejo,
Vestir-me de palhaço, parar,
Não ouço mais risos, não gracejo.

Como podes meu sangue despejar,
Corpo indigno, eu te antevejo,
Pairo, fico sem o bafo entrar!

Pescoço esguio, ar almejo!
Já não há soprar, para me poupar,
Um simples sufocar que traquejo...
Ghost

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Sufoco!

Os Quatro Elementos(Inédito)

 
Os Quatro Elementos

Sou um temporal que não escolhe tempos nem marés…

Descarrego a minha força sobre rochedos…

Não aceito compromissos nem perdões…

Venho para questionar…

Não quero ouvir o que o homem tem p`ra me dizer…

Vou esperar o tempo necessário…

Partirei tão destro quanto cheguei…

Não deixarei saudades…

Sou o Fogo que queima...

Não lamentarei a minha vida…

Sou a Água que transborda das margens...

Não lamentarei a minha morte…

Sou o Ar que desencadeia as tempestades.

Não lamentarei o tempo perdido…

Sou a Terra profanada...

Não lamentarei o sucedido…

Não nasci para perder…

Livros?

Não vos quero ler…

O que me serve de farol é o arco-íris nas tardes chuvosas.

Neno
 
Os Quatro Elementos(Inédito)

Duas lágrimas

 
Horas mortas das noites vazias,
do rosto de olhos frios,
desapareceram os sorrisos
e todas as alegrias.
Tudo fugiu e se foi,
tão rápido como a fumaça
do cigarro que queima.
Está chovendo lá fora
e o ar que eu respiro
está poluído com a fumaça,
com os sonhos desfeitos em prantos.

É madrugada agora.
Na noite vazia a triste,
nas horas mortas absortas,
nos olhos tão frios,
brilham duas lágrimas
que rolam pelas faces hirtas
e céleres perdem-se no chão.
 
Duas lágrimas

Simples haicais

 
Simples haicais
 
Simples haicais
Izaura N. Soares

Bravíssimo ar
Fumaça espalhada
Pulmões fechados.

Chuva escassa
Tempo nublado sem sol
Compromete o ar.

Sonho vazio
Liberdade em conflito
Esperança nula.

Inverno seco
Vento assobiando
Pássaro triste.

Nasceu o verso
Sonhando com o amor
Surgiu um poema.

Tapete no chão
As pétalas caíram
Outono chegou.

Anda sozinho
Cavalheiro solitário
Avenida sem fim
 
Simples haicais

Hoje só quero amar.

 
Sei lá o que...
Não quero ler pensamentos.
Nem vasculhar, mentes,vidas.
Sei lá o que...
O que quero mesmo...
É chegar perto de você.
Não almejo ser seu tudo.
Seria completamente absurdo.
Quero oferecer minha amizade.
Minha solidariedade.
E também o meu calor.
Posso também oferecer o meu amor.
E se tudo isso, ainda for pouco.
Invente você uma outra maneira.
Mesmo para falar besteira .
Jogar conversa no ar.
Pare de questionar.
Pois hoje, eu só quero amar.
 
Hoje só quero amar.

Bendito o teu olhar

 
Bendito o teu olhar
Que fulge
Sobre tudo o que há escrito
Tens um ar
Bendito
Atrevo-me a pensar
Volupto
Mas não o tenho dito
Porque me tremem
Os lábios
Quando te fito
Não posso dizer
Simplesmente
Vem
É o que sinto
O mundo não está preparado
Para a felicidade
Continuarei a pensar
Em marcar um encontro contigo
À entrada do paraíso.
 
Bendito o teu olhar

FORA DO AR

 
FORA DO AR

Se houver algo relevante
Assim, um elefante
Um nobre infante
Um diligente rei
Me pronunciarei

Por ora
Ando fora do ar...

Nesse ar de rua afora
Que a calçada me outorga
Me degringola
Me cora o rosto...

(suspiro)
Voltarei de ar reposto?

Gê Muniz
 
FORA DO AR