Sonetos : 

Pelo muito que amei e nada levo

 
Pelo muito que amei e nada levo
Da vida em vaga sorte percorrida,
Um passo mais audaz; ainda cevo
E deixo para trás a despedida.

Eu sei que na verdade não me atrevo
A ter em minhas mãos, já de vencida
Batalha contra a dor; por isso devo
Permanecer calado; eis minha vida.

O barco naufragado, a morte à vista,
O bote salvador jamais virá,
Por tanto que inda lute e até resista

O fim se aproximando; me desnuda,
E sei sem ter perguntas, desde já
O quanto a vida foi; leda e miúda...
Marcos Loures
 
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MARCOSLOURES
 
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