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CAMINHO DO LOUCO

 
CAMINHO DO LOUCO
 
(Homenagem à Nanã e à todas as avós em todos os tempos)


Vivi alguns dias Lá
Vivo mais dias Aqui
Voei nas asas da sutileza
E fui puxada pelo gosto
Do chumbo, do imã
Que me prende, denso
Porque é bom - e mal
Não conheço nada igual
E nem diferente
Acostumei-me a esta gente
Mas quiseram que eu fosse
Que saísse daqui...
Eu que só queria
O Reno navegar
Nem sei se posso dizer
Que de tudo gostei
Acho que por Lá não há
Amo ou deixei de amar
Nem consegui falar
Não deve haver isto por Lá
O fato é que agora
Que sei o que não sabia
Que vi o que antes não via
Passo os dias Aqui
Olhando pra Lá
E quando Lá estou
Dói o coração porque Aqui ficou
Entre um e outro
Não há mescla possível
São água e óleo
A interseção sou eu
Mas há uma linha fininha
Onde consigo ficar Lá e Aqui
Ao mesmo tempo – onde sinto paz
Vou-me no fluxo – não posso parar
Percorro meus pés numa corda
Que de bamba nada tem
Vacilo eu com meus pés no chão
Mas vou – ora Lá ora Aqui
Na certeza de que vivi.





Faze o que tu queres será o todo da Lei.
Amor é a Lei. Amor sob Vontade.

 
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Ravendra
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