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Poemas de ti(8)

 


Reclinado na tua ausência,
encostado às sombras
que se projectam
nas dobras do lençol,
revolto,
maltratado,
meu corpo jaz,
semi-nú,
ornado de rugas
de vincos desfeitos.
Sou a parte esquecida
de que me recordo,
unhas negras
de esgravatar a areia
que teima em escapar
dos meus dedos,
movimento rítmico,
viagem,
dos lugares onde não estive
para o lugar donde vim,
parado no lugar
onde o desejo me deixou
onde ainda se sente o teu cheiro
e sinto nos meus dentes
a textura doce
dos teus lábios,
trincados
macerados
do teu hálito quente,
da tua boca
calada
em gestos que dizem,
que me dizem
nunca mais.


Jorge

 
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JB
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Enviado por Tópico
Tália
Publicado: 11/09/2007 18:57  Atualizado: 11/09/2007 18:57
Colaborador
Usuário desde: 18/09/2006
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2489
 Re: Poemas de ti(8)
Nunca digas nunca mais Jorge...

Vem aí o Outono é tempo do calor da lareira, de um bom vinho... de um amor apetecido...

Lindo

Hoje enches-nos a barriga

Bjo

T

Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 12/09/2007 10:50  Atualizado: 12/09/2007 10:50
Membro de honra
Usuário desde: 04/10/2006
Localidade: Amadora
Mensagens: 4098
 Re: Poemas de ti(8)
Nunca é demasiado forte, demasiado definitivo. E nada é definitivo no amor.
Como disse a Tália, hoje mimaste-nos mesmo

Beijo