Prosas Poéticas : 

phantasia

 
Devaneio,
sonho,
tão normal,
tão meu,
tão inconsequente não saber o que sinto,
tão instintivo gostar de ti,
perdido,
quando na mente tenho tatuada a necessidade de te abraçar,
e se parece tão impossível,
viro costas, aponto outro rumo,
mas só consigo pensar em voltar atrás,
e se o faço, faço-o só para entender,
não entender a razão de o sentir,
não encontrar o abraço que preciso,
acabar a escolher outro rumo diferente,
para novamente pensar em voltar atrás,
porque não consigo tirar-te da cabeça,
tudo acaba por voltar a acontecer,
como se nada valesse a pena,
de tão humano, de tão mortal,
de todas as vezes que me arrependo,
todas as vezes acabo por te senti-lo mais forte.

Infantil,
tão infantil,
como uma escultura de barro,
que incompleta e deixada a cozer,
acaba perpétuamente deformada,
sou assim,
incompleto,
porque não sei dar a sentir,
nem sei perceber o que sinto,
porque me escondo tantas vezes por detrás da gargalhada,
tantas vezes triste,
tantas vezes mal conseguída,
sou assim,
sempre à espera de alguém,
que me tire do luar e me traga a luz do sol,
numa espera tão esgotante,
que tanto deforma a personalidade que abrigo,
mas nem mesmo aqui,
ou até aqui,
duvido de mim e não tenho certezas do que digo,
serei tão incompleto como digo?
Ou estarei novamente a esconder-me,
por detrás desta gargalhada triste.

em http://akmaetakta.com

 
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akma
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