Cansados, distantes, quase vencidos,
Teus olhos negros falam-me de dor,
Olhos de Outono, derrubados, feridos
Pela sombra da miséria e do temor.
Olhos que nunca encontraram o amor,
Numa interminável noite perdidos,
Reflectem um deserto sem calor,
O infinito jazigo dos caídos.
Presos por entre sombras indiferentes,
Teus olhos de noite, negros, ausentes,
Falam de mágoa e de condenação.
Olhos de mágoa, de morte e de Outono…
Os teus olhos, meu anjo de abandono,
Para sempre abandonado à escuridão!
Semper Fidelis...
Carla Ribeiro