O sopro leve e esvoaçante dos passos dela,
um breve detalhe na cambraia leve
e acetinada do seu rosto no seu sorriso,
dois passos de dança e rodopia a flutuar
como quem plana.
De olhos fechados sente a leveza de existir,
deixa a ternura escorrer como um gesto
que inunda e impregna, prendendo um olhar,
apenas um olhar, com nome.
Sentada na cadeira ouve passos,
vira-se e sente aqueles olhos pequeninos,
de uma ternura ímpar, curiosos
a unirem-se aos seus em harmonia.
De mãos dadas, ternura elevada,
deixam a voz ser sorriso e num esboçar
cúmplice, deixam fluir os sentidos
em mímica embuída pela sintonia.
Passos de dança em compasso, a ternura
como manto branco e o que ferve,
é o peito aberto pelo teu sorriso,
e os meus olhos pregados aos teus,
são como uma aliança que sela
a eternidade no olhar...
Amo-te flor de mim.
Alice Vaz De Barros
Alice Vaz De Barros