Ainda há tempo para o que não foi dito,
Quando o sol morno desce a encosta fria,
Deixando ali uma sombra vadia,
Da cruz do tempo, do tempo proscrito.
No tempo que há eu já não acredito,
Frases tementes num papel que ardia,
Um sentimento que se consumia,
De fim tanto ter, tornou-se infinito.
Tempo que foi vivido em perdição,
A escara, a necrose do coração,
A vã felicidade que o tomou…
O tempo da seta veloz, do arpão,
Nas asas que o tempo ao sonho roubou,
Voei pelo tempo que se acabou.
17 de Janeiro de 2023
Viriato Samora