estranho
este rio que
lava as mãos que te seguram
vem em sal de polir
cristais a
colmatar sulcos facetados
carne que o tempo
comeu devagar
nunca é tarde
ao prenúncio de gitanas
um sonho de te já ver
ah se soubesse
antes
dessa brisa
que passa rente
e mal se sente
guardava o amor todo
para uma só vez
única, derradeira
mas nunca é tarde
aquém da névoa já alguém
ainda nos sobrará tempo
- sobrevida -
para devorar
o que não foi
02-09-2025