Adormecidos dentro da minh’alma,
Espectros vadios veem o estio,
No instante crucial — plenos, em calma —,
Pairam no íntimo, no eterno vazio.
No findar do sonho desta vida,
Um suspiro adentra o infinito,
Num tom sereno de despedida
Do glorioso passado extinto.
Sem pranto, sem dores sofridas,
Sem arrependimentos eternos,
Enfim, chegou o inverno:
Só restam as folhas decíduas.
Perdidos no mesmo caminho,
Quem de nós ficará para trás?
Quantos se perderão nas trilhas,
Pelos mares de males e ilhas
Das consciências vitais?
Som sereno e suave de partida...
Quem nos aguarda após os vitrais,
Das espessas cortinas coloridas?
Serão os iguais ou celestiais?
Ah! Somos só estrelas... Dissolvidas!
Gyl Ferrys