Julgar é fácil para quem vive em convento,
Perdão é culpa, só paga com oferenda;
Exaure os bens, a paz, o sono, o sonho, a renda;
Negociar com "pureza" é sofrimento.
Pra quem tudo é honra, tudo é negócio;
Tudo vira ônus, bônus: obrigação.
É via que segue presa numa só mão:
Qualquer perda deve ser paga pelo sócio.
Humor é construir em terra calcinada;
O trabalho é alento, que abre um caminho,
Onde toda perda é dor, a dor é nada.
Risco o livro-caixa: a vida, a morte, a sorte
Resta ninho sem casa, mesmo não sozinho;
E a fraqueza segue vendida como forte.
Souza Cruz