Sonetos : 

««Sangue que jorra morto««

 
Socalcos abertos com a adaga do sarcasmo
Crueldade nas palavra que me engole
Faca rígida que corta o entusiasmo
Exalta agonia que lentamente me consome

Abafo o despeito da alma silenciosamente
Procuro na escuridão certo conforto
Olhando o escuro acredito copiosamente
O que escrevo, sou eu em sangue que jorra morto

Vejo esvair-se a força que me mantém sã
Em cada gesto que fazes sem pensar
Em cada sílaba escrita pela manhã

Envenena-me a alma, trás consigo a incerteza
Manhã de nevoeiro que teima em me enlaçar
Se meus versos emudecerdes, em quem acreditar.


Antónia Ruivo


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
jaber
Publicado: 04/06/2009 21:19  Atualizado: 04/06/2009 21:19
Membro de honra
Usuário desde: 24/07/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 2780
 Re: ««Sangue que jorra morto««
Versos assim não emudecem...

Beijo Antónia


Enviado por Tópico
csantos
Publicado: 04/06/2009 22:45  Atualizado: 04/06/2009 22:45
Da casa!
Usuário desde: 17/08/2008
Localidade: Luxemburgo
Mensagens: 273
 Re: ««Sangue que jorra morto««
bonito soneto
um beijo
cs


Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 05/06/2009 11:40  Atualizado: 05/06/2009 11:40
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: ««Sangue que jorra morto««
Oh Antónia,
Os teus sonetos são divinos, amiga.
Vejo neste um certo desencanto, mas não te deixes abater.
Beijinhos na alma
Nanda


Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 06/06/2009 01:51  Atualizado: 06/06/2009 01:51
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: ««Sangue que jorra morto««p/ alentejana
Olá Antonia

Teus sonetos são belos, intensos
e com belas imagens...

Gostei muito de os ler

Beijinhos no coração

Acabei por postar dois comentários no
outro poema teu, porque minha net caiu