Terror
Aquilo que me dá o voo,
Quer cobrar preço pelo aluguel da liberdade
Aquilo que me dá liberdade,
Quer me sabotar e escravizar
São trevas,que tentam encobrir o nascimento da luz
Luz,meu espírito,indomável como corsel
Descansando na profunda calma do desespero
Como aquele a quem às águas da maré tentam devorar
Quer seja por amor,quer seja por egoísmo
Mas nunca que cairei sem antes pelejar
Mente,naturalmente traiçoeira
Corpo,forte como a força da mente
Que enfraquece na proporcionalidade em que a sanidade se esvai
Já não mais amo,já não mais odeio
Simplesmente como o vento enfureço em furacão
E como a tempestade propago o terror ao fraco de coração
A frieza que sente em minhas mãos
E o suor frio que escorre pelo tremor de minha carne
Não te assustes,eu os conheço,são os fantasmas da minha escuridão
Vieram estender o tapete da glória para a senhora da minha morte
Esta me persegue há quase vinte genuínos anos
Macabra,brinca com meu pavor sorrindo e me tortura por quanto nunca diz se veio a brincar ou se veio a me arrematar
Não queira ler meus pensamentos
Tentando com teu olhar penetrar as portas de minha mente
Eis que não conseguirá ver este desconhecido
Pois está protegido...de certo não saberia lidar...
As palavras já escorrem como o veneno,
A sabedoria da tola serpente que a si própria resolveu envenenar
Já não é tão fácil,já não é tão simples
Viver a realidade que só faz a se complicar...
Dragão das Trevas
Dragão das trevas,
Da ganancia que se banha em sangue;
Do próprio sangue
Do ventre que a concebeu,ingrata filha
Que amaldiçoa a própria familia
Górgonas,
Que em sua própria podridão de átrios,
Em pedra transformaram
Por toda eternidade,
Dos poucos anos que as resta
A maldição se perpetuará
Besta da babilônia,
Que engana os céus,a terra e o ar
A minha fúria é sincera e justa, nunca se irá chafurdar
Em teu vinho de depravação,
Em tua luxúria que nunca te trará satisfação
Que o tempo seja a tua justiça,
E teus frutos a tua recompensa
Porque plantaste ódio,desafeto e tudo o que é fruto do inferno
Colherá lágrimas de sangue,
Oh existência mais vazia que imensidões de buracos negros
E mais perturbada de todos os sete infernos
Guerras e rumores de guerras
E essa cinza neblina,
Disseram que era poluição
É problema de clima, mas não esse
Feito pomba, foge a paz desse caos urbano
Quando vê mentiras e guerras chegando
Jovens morrendo e mães chorando
A música chegou ao fim
Liretalmente, ruídos, ruídos e estrondo de canhão
Mais tecnologia surgindo para matar invisíveis inimigos
E confirmar a falta de humanidade do ser humano
Numa época onde queremos ter cães, e não filhos
Quanto tempo até nos obrigarem a fabricar soldados
É sempre a mesma história sem final feliz
Em cima de corpos e sangue, eles apertam as mãos
Negociam terras e ouro, e sua vida vale menos que uma carreira
Do pó do chão, aterrando suas botas, e do deles, aterrando seu coração
Talvez seja tudo uma grande oferenda
Ao demônio que nos odeia
São sempre os mesmos loucos
Eles queimam profetas que falam de paz
E esmagam o espírito de liberdade do povo
Eles compram mais poder do caos
E sacrificam nossos filhos num altar com chifre de fuzil
No fim, nada levam daqui, e ainda queimam no inferno, triste fim
Cacos
Formosa e bela, deverias ser minha
Não mais posso te dominar...não queres
Preferes ao feitor sujeitar-te
Recusaste a doce e ilusória idéia de amar
A um, e somente a um senhor...o bom senhor
E tornou-se um mero objeto de luxúria...azar
Fragmentaram-se os valores em desamores
O desapego, muitos amargores, dores
A alma que chora e deseja ser querida
Pelo seu animalesco desejo é impedida
Desimpedida, desinibida...os senhores a domaram a ser atrevida
E ela, desamparada, repete e faz o que lhe fora ordenada
Oh terra desolada, até quando conseguirás
Se adaptar, para resistir, e não se acabar
Até quando este ciclo de caos girará (e repetir-se-á)
Não mais depositarei minha esperança em tuas palavras
Nem porei meus lábios em teus lábios
E meu coração em tuas mãos
Nossos corpos se entrelaçam, mas não se possuem
É mera natureza primitiva, não há sincronia
Fragmentou-se entre vários amantes
Carregando deles suas frustrações, fraquezas e medos
"Tudo podeis fazer"- mentiram eles
Tantos anos se passaram, e não mais sabe o que fazer
Que não te enganem (não goste do engano)...não somos livres
Cativos, nossos corpos e almas
Entregues por nossa própria vaidade a um mundo de vaidades
Repetindo os mesmos erros todos os dias por gerações
Arrastamos esse mundo de ilusões
Que nos pesará na velhice, no arrependimento e no caixão...
Apatia inflacionária
Descendo as ladeiras de um morro sombrio
Vejo jovens se drogando e sorrindo, dormindo
Anestesiados em seus próprios quadrados, quadros de pixels
Enquanto os vilões da história deleitam-se em lagosta e vinho
Pagos com o produto do furto do suor dos mais humildes
Cena triste, a realidade que deprime
Os contos das séries e novelas que corrompem neurônios
Cliques suprimiram a percepção de perceber o que é real e importa
Drogas a anestesiar qualquer sentido, algoritmo, repetido
Adestrar em servos fiéis para idolatrar mentirosos preguiçosos
Que falam o conveniente e praticam o inconveniente
Nenhum deles importam-se contigo, oh amigo
Outro dia de labuta surge para quem consegue labutar
Derramar o tempo de vida feito um tempero de comida
Para ser devorada por um conjunto de parasitas
Em um mecanismo projetado pelos que possuem a máquina de imprimir
E a todo o fruto de tua poupança destruir
O tempo que roubará o teu tempo e te dirá que só tens a ganhar
Terminada a descida, no caminho vejo caminhar um povo sofrido
Ausência de brilho no olhar e objetivo, cada vez mais ferido
Não compreende a verdade, e não cobra por verdade
Apáticos, por ensinamento, desde o início condicionados
E não, ou talvez tenhamos trilhado o melhor caminho
A nossa própria natureza é que comanda nosso destino
Clamo eu, apague esse cigarro de ilusões
Mesmo que eles se ponham a dizer ser bom
Eis teu vizinho,companheiro,não inimigo
Mesmo que ele tenha cabelo colorido, te digo
A fome é a mesma no estômago de um faminto
Eis a hora do despertar, jaz o mundo em desatino
A sofrer estou neste jogo sem regras ou destino
Manda o mais corrupto, obedece o mais justo e padece o bom
Não há verdade no poder humano
Tão somente a sujeição de muitos
Áqueles que tomam tudo a força, mentem e culpam fantasmas
Pai
Pai,
Afastai meu coração das trevas
Afastai minha mente do abismo
Afastai meus caminhos da morte
Pai,
Quero ser teu filho, contemplar a tua imensidão
Quão grande pode ser um Deus
Que criou o universo, terra, mar e céus
Tirou-me da condenação
Verdadeiro ouro era o sangue do teu Filho
Que por amor vidas comprou
Quanto vale uma vida?
Quanto vale uma ovelha perdida?
Ensina-me a amar,
Pois não sei o que é amor
Em teus pés, confesso, egoísta sou
Como amar sem nada esperar?
Como amar a quem me causa dor?
Eis que cedo vem, pra sempre será
O julgamento não tardará
E o crime será: a Luz veio ao mundo,
Mas os homens amaram as trevas,
Pois suas obras eram más
Por isso, temendo e tremendo
Clamo por tua misericórdia
Nasci na escuridão,
Mas se quiseres pode me iluminar
Santo Deus, venha salvar-me de mim
Amor?
Quando a senti,
O mundo parou,
A razão retrocedeu,
E os céus tornaram-se meus
Era um amor,
Era um devaneio,
Uma flor,um espinho,
Uma viagem...
Assustador sentir aqueles olhos
Penetrarem em minha alma
E me dominarem
Um novo sentido,um novo rumo
Entre tardes de amor
E noites de tesão
Era minha,e não era
Era verdade,e não era
Era realidade,e não era
Tudo era nada,e nada era tudo
Pensamentos se transformaram em palavras
Palavras em atitudes
O relógio, que pulsava junto a meu peito
Perdeu seu valor
Quando se ama tudo passa
Menos o amor
Até que a dúvida nasceu,
A fraqueza venceu,
A riqueza de sentimento faliu
Chorei lágrimas escuras
Porque não saiam de meus olhos
E da onde saiam,de meu coração,não havia luz
Foi ai que tudo morreu
A lua dos amantes se partiu
E os ventos levaram a tudo menos eu
Eu a queria para mim,mas querer não e poder
Adormeci,
Acordei em qualquer lugar,
Não fazia diferença
Nada fazia diferença
Amor...
tudo que nasce um dia morre
Xadrez de pombos
Maldita rosa das trevas,
Pois me puseste entre escravos amantes da esmola
Dos lacaios, os que amam suas correntes,
Que afligem em sua cegueira as vozes de sua própria razão
E as vozes daqueles que clamam por liberdade
Devorados pela ilusão,
Como poderia meia dúzia de ladrões ser mais forte que nós?
Assim como o cão, que sem perceber ostenta uma coleira em prol de pertencer
Assim é o povo em relação ao seu Estado
De supetão, na calada da noite
Enquanto o que deveria vigiar adormece
Eis que chega o circo a pacata cidade
Assim, está posto o espetáculo,
Dancem bonecos, dancem
Teçam os acordes do balanço dos fios,dos grilhões das correntes
Porque eu sou a tua religião
E sem fiéis eu não existo
Eu sou a tua palavra de revolução,eu sou a tua caixa
Fora de mim não conseguiríeis pensar
Limitar-te-ei em uma linda caixa, desenhada
Para que,por ventura, a estadia não seja enfadonha
Confesso que tenho medo,
Quando nem o desenho,ou o pão,te são suficientes
Eu falhei em limitar-te? Ou limitei-te pouco?
Talvez acordaste do devaneio em que te fiz repousar
Não,não,não... não pode... não pode
Vá, oh meu lacaio, e mostre a teu confuso irmão o meu caminho,somente o meu
Porque a liberdade é o mal
O controle é o bem
Não existe o individual
Eu sou teu pastor e tu és uma ovelha
Jamais direi-te tais coisas,
estratégia é meu nome
Nascerás dentro de uma caixa e ela lhe servirá de realidade
Aquele que quiser ser seu próprio eu sofrerá,
Aquele que da corrente quiser se libertar será castigado
Aquele que for ovelha e tiver voz de pastor será inteligentemente calado
Aquele que acordar será posto a dormir
Vivam,vivam para meu sonho
Se libertem,se puderem...
texto revisado em 17/01/2021
Noite de papel
Deixei meu coração se molhar
Na chuva fria
Deixei meu coração se esfriar...
Pra onde foi?
Lesvaste o calor de meu olhar,
Parou o concerto do luar
As sombras que assolavam se foram,
Entretanto escuridão maior me assola
Quando um ladrão seu sorriso rouba,
Quando não tenho seu sorriso para me iluminar
As lágrimas rolavam dentro do seu peito,
E eu senti isso,eu vi isso,eu odiei isso
Eu sempre odeio isso
Odeio ser roubado
Do nada se fez a rosa,
E a rosa tornou o tudo no nada
Nunca te darei rosas,
Elas murcham,se matam,se fazem de mortas...
E quando voava para o céu do amor,
Minhas asas foram suprimidas
A cada lágrima que descia junto a chuva
Descia também uma pena
Até que voar tornou-se dificil,
Mas eu voo muito mais que a dificuldade
Que esta noite morra,
Que este dia se esconda,
Quero ver te outra vez,
Quero ver meu amanhã,
Quero te ver completa
Oh minha rainha
Mestre dos ladrões
Deguste o vinho,
Mais caro que a vida de teu irmão
Enquanto tuas bombas explodem em longíqua terra
Surdez perante a sinfonia do desespero
Leviatã,o simplório ladrão
Não esconde o sangue em suas mãos
Os que enxergam,mas não possuem visão
Se põem a servir,festejar e ignorar
Teatro mágico da manipulação,
Com meias verdades e sorriso de charlatão
Puxam os fios dos bonecos de madeira
Que empalham a soberania da razão
Ao caos caminha,a passos de formiguinha
O amanhã morrerá,é o destino da situação
Não adianta procurar,este mundo não é a salvação
Fuja do rouba almas,ele é pai da perdição