Poemas, frases e mensagens de SerafimdosSantos

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de SerafimdosSantos

Segue...

 
E a vida segue lá fora
Pelo curso das horas
Que o homem inventou
E ficou escravo
Segue para a multidão
Que a cada novo dia ganha as ruas
Como segue para quem perdeu os pés no chão
E vive pelas noites devorando luas
Segue a vida por um fio de quem tem coragem
Como segue a vida dos covardes
E o que contam sobre o medo
A vida segue para quem neste planeta
A única solução é sentir-se em casa
Segue a vida lá na faixa de gaza
E até para quem perdeu uma paixão eterna
Dessas que só duram um verão
Ela segue para quem procurou uma saida
Mas encontrou apenas uma certeza
Sua própria sombra
Segue para quem fez sua parte
Tambem segue para quem fez falta
Vai seguir para quem agora chora sozinho
Mesmo quando alguem fica pelo caminho
Sabe-se que a vida segue para a esperança
Já seguiu até para quem enfrentou moinhos
Mesmo quando parece seguir na contramão
E se por acaso alguem não gostar de mim
Ao menos não me odeie
Eu sou apenas a consequência
Do sim de um perdão
Pois a vida segue...
 
Segue...

Como?

 
Da cor da tua pele
Do brilho do teu sorriso
Que reflete em meus olhos
E guia-os

Do teu aroma, do teu jeito
Do teu sorriso
Do sabor dos teus lábios
Do filho que me destes

De tudo que há em nós
Fica uma questão
Te vejo todo dia
E me pergunto

-Como podes estar tão linda
Se ainda nem é primavera?

Primeiro poema de amor que posto aqui, prova de que boemio também tem coração!
( este falo por mim mesmo e não pelo meu personagem Serafim. )
 
Como?

Mais um dia

 
Trabalhar de um crepusculo ao outro
Seis dias por semana
Por acreditar que o sentido da vida
Esta no sorriso de quem se ama
Chuva e sol, calçada, ônibus
Metrô, lotação
E muitas vezes assistir ao cinismo
Do sorriso no rosto do patrão
Mas se você sabe que é maior que isso
Me responde então.
Vai ficar procurando fé
Nos olhos de quem não conhece uma oração?
É sempre bom lembrar
No segundo que o coração para antes de acelerar
Pode não se ter o que merece
Mas tem o que lutou pra conquistar
É este o valor do que construimos com nosso suor
E jamais eles serão tão grandes
Quanto somos nós
Em verdade, simplicidade
E por termos nossa familia
Saibam eles que estamos aí
Prontos para mais um dia.
 
Mais um dia

Sem nome

 
O poema nasceu sem nome
Órfão de alegria
Filho da solidão
Meio irmão da fome

Quase cego nasceu
Posto olhos à fora
Porém, noite à dentro
Nem sei se viveu

Quase morto nasceu
Já solto em qualquer esquina
Tão pequenino e frágil
E já lhe cobravam as rimas

Quase que nem nasceu
Deveria nem ter nacsido
Ninguem sabe ao certo
Como pode ter resistido

E de tão sozinho
Nem sei se nasceu ou se foi expulso.
 
Sem nome

Loucura da madrugada

 
Era começo de uma manhã sem sol
Ainda dizia boa noite
Desorientado
Andei até cair no chão
Sede de madrugada
Já silêncio para meus ouvidos
A cabeça rodava
Barba por fazer
Brilho nos olhos vermelhos
Todo o peso de mim
Quase que asfalto a dentro
Quase que estômago a fora
Quase que nem era eu
E posso dizer com certeza
Lembro-me nitidamente
De nada ter visto.
 
Loucura da madrugada

Poema em silêncio

 
Do alto da minha cidade
Meus versos não tem pés no chão
Sequer eles sabem quem são
Muito prazer solidão

Sou aquele que matou o tempo
Na fumaça do meu cigarro
No ar desta noite em claro
Em versos que fogem do peito

Meu caminho é perdido
Enquanto me encontro tranquilo
Sou eu mesmo meu norte
Do silêncio melhor amigo

Nasci para a liberdade
Filho da minha verdade
Aprendi a voar vendo o ceu
Em noite de tempestade
 
Poema em silêncio

Julgamento

 
-Este ai não é poeta!
Dizia um me vendo de longe
-Não é nem nunca será!
Dizia outro um pouco mais tenso
Apontavam dedos e olhos
Se aglomeravam aos montes
E o Juiz contraditório
Gritava pedindo silêncio.

Em minha defesa pequenas palavras
Brincavam de ser poesia
A acusação mastigava o Aurélio
E cuspia frases vazias

Alimentava seus argumentos
Com lavagem de rimas e sobra
Por fim me julgaram culpado
Por roubar minha própria sombra.
 
Julgamento

Reflexo

 
Serafim de Dias Santos
Já de batismo carrego blasfemia
vasto sorriso, vida boêmia
perdoe o pecado, se causo sem espanto

cair pelos cantos, viver da malícia
converto em álcool o ócio
de rotina fugir da polícia

Serafim de Dias Santos
"-Aquela carcaça de gente bebendo!"
noticia feliz é gol do Brasil
mulheres da vida e que afogaram Edir Macêdo

Mas não te ofendas, oh cristão!
Pois ja tenho meu julgamento
Madrugada, putaria, cachaça e cara no chão!
 
Reflexo

Caro poeta

 
Caro poeta,

Ao trazeres caneta em punho
Atente ao papel em branco
Logo ele vai se revelando
Portas abertas de um novo mundo
Adentre sem ter receio
Pois sabemos bem a razão
A liberdade que não tem o corpo lá fora
Tem aqui a imaginação
Nos permitimos voar
Alem da materia, alem do tempo
Voamos tão longe aqui dentro
Que nem precisamos saber voltar
Por este universo imenso
Onde todos somos capazes
De dar vida as frases
Que nascem quebrando o silêncio
Por vezes iluminadas, alegres
Correndo soltas
Outras vezes tão escuras
Que nem o medo ousa
Mas nós sabemos poeta amigo
O quanto nos da prazer
Poder viver por este mundo
O mundo do escrever.

Saudações!

Um brinde aos que escrevem de coração!
 
Caro poeta

Viuvinha

 
Viuvinha por que choras?
Nem o sol quis te ver
Vestida em luto
Afogando flores em lagrimas
O tempo fechou
Lá vem tempestade
Um copo d'àgua rasga a garganta
Apertas ao peito um retrato
O passado não mais existe
Não voltou para casa
Desde a antevéspera
São só lembranças
Nunca foi tão imenso o vazio
Nem tão frio o silêncio
Piora quando a noite chega
Sem forças os joelhos dobram
E ao chão
Palavras se perdem em soluços
Até adormeceres
Ainda inquieta.
 
Viuvinha

Duas Torres

 
Era uma vez, duas torres gêmeas
Uma chamava-se Hiroshima
A outra se chamava Nagazaki
Julgavam-se maiores que as demais
Até que um dia apenderam uma lição
"Aqui se faz, aqui se paga"

FIM
 
Duas Torres

Cerca elétrica

 
Do jeito que anda a cidade
Fingimos não ver nada
População atrás das grades
E muros de suas casas
Policia presa, medo na rua
Cada um na sua, porta fechada
Janela lacrada, cerca ligada
Nada se sabe, tudo se cala
Aviso aos desavisados
Atente ao sinal vermelho
Pois não é dificil vê-lo
Simplesmente ignorado
Motorista movido a álcool
guiando irresponsabilidade
É como bala perdida
Do jeito que anda a cidade.
 
Cerca elétrica

Seu Bebeto

 
Seu Bebeto quiz me ver
Mas nao sabia o endereço
Perguntou ao Seu Manoel
Que estranhou tanto adereço
Analisou, analisou e prefiriu não dizer nada
Mandou perguntar pra Dona Marina
Do outro lado da calçada
Mas ela estava mau-humorada
E prefiriu ignorar
Ele avistou Dona Augusta
E logo foi perguntar
Seu Bebeto é persistente,
Facil ele não desiste
Dona Augosta quando olhou
Pensou que ele fosse hippie
Menos mau hippie do que pensou o Seu João
Que olhou de canto de olho
Pensou que fosse ladrão

Seu Bebeto andou, perguntou...
Subiu até o céu
Procurou, procurou...
e ainda não me encontrou

( Singela homenagem ao meu Pai, SAUDADES! )
 
Seu Bebeto

A Bodega

 
Mais baratas que cadeiras
Menos ar do que poeira
Pelo chão, lixo.
Pelo lixo, ratazanas
Ambiente cheira a bicho
Atendente banguela e manca
Radio de pilha ( ligado na A.M.)
Tocando Altemar Dutra
Tanto chiado que faz
Quase não se escuta
A alegre solidão do mendigo bebado cantando
Cebolas em conserva
Cigarros de contrabando.

Foi amor a primeira vista!!!
 
A Bodega

Verso, independentemente, meu verso

 
verso meu, que te gosto
filho torto
aleijado

do ventre podre
saiu a fórceps
sem aval dos bacharéis

criado nos becos,
bares, sujos lares
entornos de cabarés
em conversas de fé,
com pessoas sem fé...

sem cabeça, nem pé
chegou a mim,
no triste fim
de berrar, sem falar nada
de raiva!

em labutas, fajutas
sarjetas,
onde a barata tem melhor conduta

teimosamente vivo
em mim, até ti

verso meu, que te mostro
sou teu pai
é meu tudo

verso meu que te entono
no sarau da rua,
fostes mais que filho

foi CURA do abandono

São Ninguém
 
Verso, independentemente, meu verso

Serafim de Dias Santos