Poemas : 

QUITANDAS D’AQUI

 
No mesmo sitio onde alardes
Se erguem palavras feias
Que agora zombam suas ceias
E dispensam que andes

Frutas ainda suadas no chão
Debuxam veredas para o Catambor
Donde zungueiras saem para o labor
E aqui chegadas são travadas pela legião

Dentre insónias, quitandeiras cantam
Poemas audíveis até aos surdos
Que levam a que esses versos mudos
Fossem àqueles bebés que choram

Se eu escrever com insónia
Sobre quitandas dessa terra
Meu sonho sonhará a guerra
Que aspiram zungas à agonia

Com esses versos aqui trago
Estrofes zungadas sobre cestos
Multicolores que entoam gestos
Da zungueira pacata como lago

Alugo horas de fio
Mas ainda vacilo
Em gritar à rua sem sigilo
Sobre essa zungueira com frio


Luanda, aos 13 de Outubro de 2009


FAÇO DOS PEDAÇOS DA MINHA VIDA UM POEMA QUE RECONSTROI OS MEUS SONHOS DESFEITOS...

 
Autor
Joséhonório
 
Texto
Data
Leituras
818
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
DianaBalis
Publicado: 13/10/2009 23:58  Atualizado: 13/10/2009 23:58
Membro de honra
Usuário desde: 23/07/2006
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 533
 Re: QUITANDAS D’AQUI
Expressões e o texto,a luta pela possibilidade, exigir e desejar,metas de quem tem sempre esperanças, beijos.

Enviado por Tópico
TRIGO
Publicado: 14/10/2009 07:36  Atualizado: 14/10/2009 07:36
Colaborador
Usuário desde: 26/01/2009
Localidade: Cabeça-Boa - Torre de Moncorvo
Mensagens: 2309
 Re: QUITANDAS D’AQUI
...
POETA


« alugo horas de fio / mais ainda vacilo / em
gritar à rua... » Lindo, detalhe ! Quase, aqui, eu
uma aguardente de nervos...



Um grande abraço

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/10/2009 12:40  Atualizado: 15/10/2009 12:41
 Re: QUITANDAS D’AQUI
"Com esses versos aqui trago
Estrofes zungadas sobre cestos
Multicolores que entoam gestos
Da zungueira pacata como lago"


os teus versos iluminaram a minha insonia. me chamaram a atenção das raízes coloridas d'áfrica que há nas coisas brasilis.

meu fraterno abraço poeta José (meu Xará)

José Silveira