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“POR VEZES…”

 
Por vezes navego nas águas turvas do meu infortúnio
Rompendo as ondas negras do coração
Fazendo de cada dia uma eternidade de desolação e pesar
Naufragando nos rochedos fúnebres do silêncio

Por vezes dou à costa da saudade e do desejo
Seguido por mil vozes esquecidas pelo tempo
Por vezes parece que nada mais faz sentido
Que tudo não passa de uma farsa, uma história mal contada
~
Por vezes dou comigo a mirar o horizonte longínquo
À espera de um murmúrio, uma voz doce e firme
Que me faça continuar a luta
Por vezes dou comigo derramado pelo chão, como uma sombra na escuridão

Fico frágil, acorrentado a uma vontade maior
Fico de rastos, na recordação cruel do teu rosto plácido
Por vezes invejo a inquietude da solidão
Desejo também eu ser esquecido pelo tempo

Por vezes desejava ser efémero como o vento
Poder soltar as asas e partir deste lugar maldito
E só parar na tranquilidade do luar
Nas planícies eternas do esquecimento

Bruno Carvalho

 
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bcarvalho
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1690
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/08/2007 14:18  Atualizado: 22/08/2007 14:18
 Re: “POR VEZES…” / Bruno Carvalho
Por vezes desejamos tudo isso que descreves no poema, a fuga, o esquecimento. Mas, podemos ver, por dentro, largas planícies,espaços a serem preenchidos de outros sentimentos, por vezes cheios de esperança.
Um abraço,
Isabor