Poemas : 

Crítica ao voto e voto ao crítico

 
Ao acordar, de uma noite que quase nem durmi, me senti emocionado,
com esperança de mostrar o quanto, naquele dia, estava eufórico e animado;
e não era por menos, pois exerceria prazeroso a máxima como cidadão,
a atitude mais respeitosa que findava, logo, aquela eleição.
Nesta, percebi o quanto tentam, com falsas ideias e mais lhe subornar,
exigir o que é, nesse cenário, o mais expressivo ato, o de votar.


Estudados, portanto, os encarregados para comandar nosso país,
depois de buscas infindas pelos deveres políticos e civis,
pude encontrar aqueles com ideal apresentável e mais condizente,
merecendo, pós-análise crítica, meu voto tranquilo e conciente.
Confesso o tamanho prazer que tive ao ouvir o sinal que confirmava,
da urna branca e eletrônica, com um som harmonioso na qual soava.


A espera dos resultados conseguiu trazer ainda mais apreensão,
e divulgados os números, veio também outro sentimento: a decepção.
Como pode tantos impróbidos serem eleitos facilmente pelo povo?
Não passa em suas cabeças que toda a corrupção pode se repetir de novo?
Só posso acreditar numa banalização ou desconhecimento sobre o dever;
todos usufruem da campanha circense, e das propostas não há por que saber.


A ação de votar não deveria ser feita por interesse individual,
coisa recorrente, e sim pensando numa esfera muito além, a social.
Entretanto, se não sabemos o que é isso, não há como agir assim:
com primor de mentes decididas, interligadas entre elas, enfim;
mas, tristemente, a massa majoritária ainda é alienada, sufocada,
e, se não bastasse, num mar de prazeres idiotas, vive, ainda, mergulhada.

 
Autor
johncooper
 
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