Poemas : 

Vouyer

 
Passos lentos pelo corredor.
Um jato de luz foge pela porta
Entreaberta...
Milhares de pontos pratas acendem
Na espantosa e negra esfera.
Dentro da alcova uma semi-deusa
Prepara-se em frente à penteadeira...

Em rebeldes cachos, caem os anéis
Da farta e densa cabeleira
Encobrindo o cume dos ombros,
Ocultando o dorso da cadeira.

Pela janela um raio de luz lunar
Insiste em penetrar o recanto
Sacrossanto daquele quarto
Mostrando toda capacidade da lua...

Pouco a pouco as mãos de alvos dedos
Deslizam sobre aquele universo dos cabelos
Num vai-e-vem de pentes e escovas

Em sons sustenidos de teclados
Em que cada nota um penteado
Enquanto o espelho reflete uma mulher
Nua.

Daqui, do corredor, quase me perco,
Olhos atônitos, medrosos e acesos
Em devaneios numa ilusão boa e mútua...
É que daqui, esfregando os suados dedos,
Vejo-te, maravilhosamente... Duas!


Gyl Ferrys

 
Autor
Gyl
Autor
 
Texto
Data
Leituras
975
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
8 pontos
8
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 12/06/2011 00:20  Atualizado: 12/06/2011 00:20
Colaborador
Usuário desde: 03/11/2007
Localidade: Campos do Jordão SP BR
Mensagens: 4838
 Re: Vouyer
Um texto escrito com maestria! Passando para desejar ao bom amigo um excelente domingo!


Enviado por Tópico
AdTe
Publicado: 12/06/2011 00:26  Atualizado: 12/06/2011 00:26
Da casa!
Usuário desde: 28/03/2011
Localidade:
Mensagens: 338
 Re: Vouyer
Como gostei de o ler, Gyl.
:)

Um Voyer muito atento, pormenorizado...caliente!

;) boa noite PoetA ****


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/06/2011 01:09  Atualizado: 12/06/2011 01:09
 Re: Vouyer
Em seu poema somente encantos, é só maravilha deixo meu abraço.

Martisns


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/06/2011 09:15  Atualizado: 12/06/2011 09:15
 Re: Vouyer
Viajei e viajei...e continuei! Sao contagiantes as tuas descricoes de aventuras amorosas! Parabens, Gyl! Abraco luso!