Poemas : 

Ode À Adelaide

 
Adelaide era "milady" de pouca idade.
Meia, para alguns, digamos que feia.
Sobrevivia junto com a mãe e uma tia
Construindo casas e castelos na areia.

Era uma andorinha querendo sair pela vida,
Alçar voo da Bahia, sair do pequeno vilarejo.
Se via nos negros olhos acesos o desejo
De cavalgar sem rédeas pelo planeta inteiro...

Queria ultrapassar os montes e as montanhas,
Singrar as superfícies espumosas dos oceanos,
Conhecer os Urais, os " Estates" , as "Espanhas"...
Adelaide, um "Poço das Danaides" os seus planos...

Ela queria sair a galope pelo planeta inteiro
Cavalgando veloz um baio cavalo campolina
Num dia azulado, uvas verdes, pela verde campina,
No canto do acanto, de outeiro a outeiro...

Deixemos Adelaide com seus devaneios.
Quem um dia não quis galgar um morro, nu,
Com uvas verdes, numa verde campina, dia azul,
De canto a canto, de outeiro a outeiro?

Quem não guarda em si um Ícaro calado,
Uma vontade de desbravar todo o mundo
De uma só vez, na velocidade de um segundo?
Não serei eu que irei lhe espantar os cavalos.

Vai Adelaide, que dentro de ti arde um deus!
Vai pela vida cavalgando pela florida campina
Mesmo que não seja num cavalo campolina...
Vai Adelaide! Se ninguém te chorar... Te Choro eu!


Gyl Ferrys

 
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