Poemas : 

Só solidão

 





os urros
dos relâmpagos
os gritos
lodo que enche a boca
em duelo profundo

no vento dos campos
um cão ladra
enquanto o dia se move
amedrontado
como gato no telhado

miro as árvores
– o tojo e o salgueiro -
ardem-me os olhos
de um dia tingido por resina
imito a pele do céu
com o meu fogo
e as minhas tempestades

com o coração
nas mãos
como barco na maresia das ondas
um só tempo, só
eu
numa só solidão
dividida
em dois rios








Zita Viegas















 
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atizviegas68
 
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