Quinta-feira, 19 de agosto de 2025
Mariano ou Marujo, o carroceiro maneta da rua 22, ajudar Dezão ou Delegado embarcar num ‘lotação1, vai para a UPA do Bacanga – uma semana no álcool, bebendo uma media de um litro de 51 por dia, isolado, sozinho, enfurnado no seu apartamento.
- O homem tá ruim! – comentou irônico Mariano em pé na calçada em frente a casa do mestre Apolonius no meio da ladeira da Avenida Sarney Filho, Vila Embratel.
- O rrapazinho tá ruim mesmo – confirmou o mestre sentadinho na porta com sua voz típica de pai Tomás.
O vídeo da entrevista do poeta no You Tube –“Vozes da quebrada – Raimundo” já passou das duzentas visualizações e alguns comentários.
- Professor, o senhor não quer comprar uma garrafinha de mel? – perguntou a Sra. Mingau da calçada.
Obrigando-o a tirar os olhos do livro que lia – o clássico de Balzac “Pai Goriot”.
- Não, obrigado sra. Mingau -respondeu com a boca semi-banguela, ainda resta um solitário dente amarelado no meio da arcada superior.
O pedreiro, um velho conhecido trabalha em frente na casa de Dona Edna, emparedando uma porta pela metade, transforma-la numa janela. A casa vizinha, o caçula, um menino especial bate impulsivamente palmas, é hiperativo.
Seu Carlos, o borracheiro com a oficina montada no Piancó ao lado do cemitério, está nas aguas – mama uma lata de Brahma e ofereceu outra para o poeta que educadamente recusou.
O filho da DonaEdna bate a massa na calçada da garagem de Pai Cardin. O pedreiro, velho conhecido o espera – O poeta rebobinava sua cansada mente para lembrar o nome. Bilndowski levou um marceneirinho para ver e alugar um ponto para montar sua oficina.
A menina da CAEMA entrega a desnecessária conta de agua que nunca usou – vai levar para a ex – foi ela com sua impulsividade descontrolado pediu a religação.
- Me arranja um pedaço de papel – pediu Black para o poeta – Vou dar uma cagada lá no sitio – e saiu.
Esse menino Black. O pedreiro arremata os rebocos, o ajudante coloca a massa na calçada, próximo ao pedreiro e começa empilhar os tijolos ao lado. A primeira enfiada. Seu Wilson é o nome da fera, do velho pedreiro que está preste a concluir a pequenina parede de 0.80 por 1.10 antes da onze.
Uma velha caçamba pesada peidando o ar comprimido forceja para subir a ladeira. O sol escaldante.
- É vagabundo! – grita o mestre Bolota ou Colhão para um motoqueiro que buzina. – ele sobe levando um copo com ‘água que passarinho não bebe’ – ajudante prepara outra massa.
- Tó ocupado, tou trabalhando – disse o motorista de um caminhão no celular atravessando a avenida Sarney Filho, Vila Embratel, deixando-o com o motor ligado carregado de tijolos, com as sinaleiras acesas e abrigando-se debaixo do toldo do Tiosque de Seu Carrinho na Praça Sete Palmeiras, Vila Embratel.
Charmille contente a mesa ocupada por uns casais. Em frente o bar de seu Raimundo fechado e o bar da Grandona ou do Prequito Grande como diz o seu Lasierra as moscas. No ar o fartum pestilento do caminhão ele de coleta de lixo.
Os riscos aumentam na caderneta de Lasierra – Cada dez riscos equivalem a uma castanha. Já são cinco castanhas. O poeta uma pouco acima do chão retorna a pensão – Bolota ou Colhão cantava sentado na porta de sua companheira. O mestre Apolonio com a sabedoria dos pretos velhos comentou: - Quando ele começa a cantar, o home tá pesado!
Depois de enxugar umas doses russas de vodcas no LaSierra, o poeta foi perturbar o seu cumpadre que fechava a lojinha na parte externa do mercado na rua 16 – ajudou-o a aguardar.
O poeta em crise, o tempo urgia e ele sem saber por onde começar para contar a historia do mercado. É um emaranhado, tanto qu’ele tenta seguir o mestre Artur Hayley – autor dos best “O Hospital” e “O Hotel”.