Vermelho do sangue que vai passando
Entre as negras sombras dos altos céus,
Há um olhar cego que vai sangrando
Por entre sombras de morte e de adeus.
Como um destino esquecido por Deus,
Fita o seu tempo que vai terminando
E os sentimentos que foram os seus
Transformam-se em torpor de um sonho brando.
Sinistro, como as lágrimas que chora,
Há um olhar que em noites se demora,
Como um fantasma de alma condenada.
E, na brusquidão com que o sangue corre,
A alma desfalece, o corpo morre,
Mas o olhar fita ainda o cego nada.
Semper Fidelis...
Carla Ribeiro