Poemas : 

Venda

 
Venda os olhos
a custo zero,
com um lenço negro...
O que está à vista
não se esconde com a venda
de que se veste o artista
sem preço, nem emenda.

Venda a alma
(a)o Demo.
Sobrepõe as mãos
na aquisição,
tapa o óbvio
e fica nu.
Venda a venda, souvenires...





Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 16/08/2008 16:51  Atualizado: 16/08/2008 16:51
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4038
 Re: Venda
Ambíguo mas não tanto assim...

Gostei.

Bjs

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/08/2008 17:10  Atualizado: 16/08/2008 17:10
 Re: Venda
Rogério,
Não dá para vendar o que está dentro da imaginação do poeta, nem vender um sentimento.Muito bom!
Bjins, Betha.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/08/2008 20:01  Atualizado: 16/08/2008 20:01
 Re: Venda
Um poema que não se venda e não se vende, não tem preço!
Abraços.

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 16/08/2008 20:56  Atualizado: 16/08/2008 20:56
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: Venda
Rogério,
Há por aí muito quem tape os olhos e não é para não ver, é para não ser visto.
Está muito inteligente este teu poema.
Gostei muito mesmo.
Bjs
Nanda