Poemas : 

Sementeira

 
Vejo-te longe de mim,
Sem olhar em que me perca,
Que me faça gente,
Arado que a terra sente
Na dor que me acerca
E me mata assim.

És princípio sem meio de fim,
Alma que me conspurca,
Flor nascida da semente
Que mente à minha frente
Vestida de seda turca
Perfumada a jasmim.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 22/12/2008 17:42  Atualizado: 22/12/2008 17:42
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 1943
 Re: Sementeira
Jogo de contrastes muito bem conseguido, refletindo o sentimento com imagens ricas e cativantes.

Beleza e poesia.
Amargura no meio da distância.
Ou só amargura no meio do perfume...

Gostei
Abraço.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/12/2008 18:23  Atualizado: 22/12/2008 18:23
 Re: Sementeira
você sempre semeando heim Fernando, poetando com riqueza nas palavras, perfume nos versos e fazendo da poesia, melodia.
Percebi seu afastamento, perdoe-me por eu ater-me do detalhe. passo um problema de saúde grave e quando em vez me disperso. mas sei que trabalhavas no seu livro, soube do lançamento do "Pedras Soltas". Eu ficaria feliz se mesmo somente agora você recebesse os meus cumprimentos de sucesso, aliás; sucesso que desejo no que você vier a fazer em prol da poesia.

um beijão meu amigo, e meu fraterno abraço de Boas Festas, extensivo aos seus próximos.



minha singela mensagem
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=63550


Enviado por Tópico
Antónia Ruivo
Publicado: 22/12/2008 19:49  Atualizado: 22/12/2008 19:49
Membro de honra
Usuário desde: 08/12/2008
Localidade: Vila Viçosa
Mensagens: 3855
 Re: Sementeira
Uma eterna melodia esse poema, beijinhos


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/12/2008 22:41  Atualizado: 22/12/2008 22:41
 Re: Sementeira
Shelley sem anjos e sem pureza

Shelley sem anjos e sem pureza,
aqui estou à tua espera nesta praça,
onde não há pombos mansos mas tristeza
e uma fonte por onde a água já não passa.

Das árvores não te falo pois estão nuas;
das casas não vale a pena porque estão
gastas pelo relógio e pelas luas
e pelos olhos de quem espera em vão.

De mim podia falar-te,mas não sei
que dizer-te desta história de maneira
que te pareça natural a minha voz.

Só sei que passo aqui a tarde inteira
tecendo estes versos e a noite
que te há-de trazer e nos há-de de deixar sós



Eugénio de Andrade
de As Mãos e os Frutos


Este comentário é simplesmente a minha oferta de Natal.

Beijos

Feliz Natal