Poemas -> Amor : 

Entre o amor e o ódio

 
Tags:  amor    ódio  
 
Pode até ser que entre o amor e o ódio
Exista só um ínfimo espaço
Neutro, amorfo, indiferente,
Sem ternura nem mágoa
Sem gritos nem silêncios
Sem passado, sem futuro
Nem sequer presente.

Equilibro-me nesse ponto
Sem alegria nem dor
Sem lágrimas nem risos
Sem vida nem morte
Sem fatalidade nem sorte.

Sobrevivo
Entre a mentira e a verdade
Do que foi e do que poderia
Ter sido,
Não fosse a mente do homem
Um jogo complexo
Como um vulgar puzzle
Que não encaixa,
Portanto,
Sem nexo.

Entre o amor e o ódio
Nada morreu nem nasceu
Descobri esse ponto

 
Autor
MariaSousa
 
Texto
Data
Leituras
6914
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
9
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
PatríciaAndrade
Publicado: 13/02/2009 22:50  Atualizado: 13/02/2009 22:50
Participativo
Usuário desde: 03/01/2009
Localidade: XXXXXXX
Mensagens: 11
 Re: Entre o amor e o ódio
O ponto da indiferença e da aridez. Pode ser um lugar confortável. Adorei.

Enviado por Tópico
cleo
Publicado: 14/02/2009 00:03  Atualizado: 14/02/2009 00:03
Usuário desde: 02/03/2007
Localidade: Queluz
Mensagens: 3731
 Re: Entre o amor e o ódio
Digamos que é um buraco negro na galáxia dos afectos

Bom poema!
Mas isso tu já o sabias antes de aqui o publicares

Beijo

Enviado por Tópico
mim
Publicado: 14/02/2009 00:33  Atualizado: 14/02/2009 00:34
Colaborador
Usuário desde: 14/08/2008
Localidade:
Mensagens: 2857
 Re: Entre o amor e o ódio
Maria tanta verdade no teu poema!

Não fosse a mente do homem
Um jogo complexo
Como um vulgar puzzle
Que não encaixa,
Portanto,
Sem nexo.


Beijocas doces
Open in new window

Enviado por Tópico
adelaidemonteiro
Publicado: 14/02/2009 12:17  Atualizado: 14/02/2009 12:17
Colaborador
Usuário desde: 01/01/2009
Localidade: miranda do douro/Sintra
Mensagens: 733
 Re: Entre o amor e o ódio
O ponto da indiferença.
Muito belo, o teu poema.
Beijo

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 14/02/2009 15:37  Atualizado: 14/02/2009 15:37
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Entre o amor e o ódio
E quando assim é, acabam-se as expectativas.
Hão-de nascer novos sonhos, Maria!
Lindo!
Vóny Ferreira

Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 14/02/2009 17:17  Atualizado: 14/02/2009 17:17
Membro de honra
Usuário desde: 09/05/2008
Localidade: Carregado-Alenquer
Mensagens: 11253
 Re: Entre o amor e o ódio
Entre o amor e ódio só pode mesmo existir a indeferença, até que de novo nasça o amor, gostei da forma e do conteúdo deste poema.

Beijos

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 15/02/2009 17:04  Atualizado: 15/02/2009 17:04
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4038
 Re: Entre o amor e o ódio
Obrigada a Todos!

Espero que tenham passado um dia 14 muito Feliz!

Bjs

Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 25/07/2016 17:29  Atualizado: 25/07/2016 17:29
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: Entre o amor e o ódio
“Entre o amor e o ódio”, o neutro, o vago, o indefinido.
Mas o “espaço” entre os dois é “ínfimo”, e o tempo um não-tempo

Sem passado, sem futuro
Nem sequer presente.


Mas por que razão haveremos de estar sempre entre “gritos” e “silêncios”, entre “ternura” e “mágoa”, entre “lágrimas” e “risos”, entre “vida” e “morte”? É nesse espaço “amorfo, indiferente” que muitas vezes nos equilibramos, já que todo um estado extremo, quando demasiado duradouro, se torna insustentável.
É preciso
cair
um pouco…
É preciso sentir que não vivemos uma “fatalidade” ou uma “sorte”, é preciso sentirmos o meio-termo para sabermos valorizar a “ternura”, o “riso” e a “vida” quando vêm.
E muitas vezes é preciso
c
a
i
r
bastante.
Aceitar o “silêncio”, a “morte”, as “lágrimas” e as “mágoas” e saber que também elas existem e que a elas, também, pertencemos.
Sobrevive-se neste meio-termo porque aqui nada nasce ou morre…
E porque a “mente do homem” é “um jogo complexo” haveremos de constantemente voltar a este limiar porque há um espaço vazio entre duas peças de puzzle que não encaixam… e ora somos uma peça, ora somos a frincha entre elas, ora somos a outra.
A neutralidade é um ponto delicado…
mas tem as suas qualidades…