Poemas : 

A ambiguidade naquela noite

 
Foi no silêncio da noite
Que supri a tua esperança…
Desencantei-me!

Como pulsou meu coração…
Teria cometido devaneio?
Ter-te-ia afrontado?

De ti,
Nem uma palavra…
Naquela noite nada se ouvia.

Nunca poria em questão
Tua frontalidade
E jamais a negaria para contigo.

Mas a noite continuou a ser noite…
Sem sentido,
Sem as sombras do pecado…
Deixámo-nos de escutar!...

Foi no silêncio da noite,
Daquela noite,
Que surti toda a tua herança…
Despedacei-me!...


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
Autor
António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/08/2009 22:25  Atualizado: 05/08/2009 22:25
 Re: A ambiguidade naquela noite
Sinto este poema rasgando as entranhas Antonio!
Sentido, verdadeiro, muito bem feito!
Abraço amigo!
Edilson

Enviado por Tópico
(re)velata
Publicado: 05/08/2009 22:37  Atualizado: 05/08/2009 22:37
Membro de honra
Usuário desde: 23/02/2009
Localidade: Lagos
Mensagens: 2214
 Re: A ambiguidade naquela noite
Lindo poema, retrato de um momento duro que deixou, pelo menos, (belas) marcas poéticas.

Parabéns, António!

Beijinho

Enviado por Tópico
FredericoSalvo
Publicado: 05/08/2009 22:45  Atualizado: 05/08/2009 22:45
Colaborador
Usuário desde: 23/01/2008
Localidade: Belo Horizonte - MG - Brasil
Mensagens: 1285
 Re: A ambiguidade naquela noite
Sempre belos poemas, António.
Parabéns por mais esse.
Abraço.
Frederico

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/08/2009 23:42  Atualizado: 05/08/2009 23:42
 Re: A ambiguidade naquela noite
António,

Parabéns.
Poema muito expressivo e sentido.

Abraço,

Paulo

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/08/2009 00:53  Atualizado: 06/08/2009 00:53
 Re: A ambiguidade naquela noite
'Mas a noite continuou a ser noite…
Sem sentido...'

extrai este trecho que é ao meu olhar; o começo do fim. um poema sofrido, de decepções. a poesia revela o poeta e o poema; despedaçados.

bravo! António.

fraterno abraço irmão.
Silveira

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/08/2009 09:02  Atualizado: 06/08/2009 09:03
 Re: A ambiguidade naquela noite
Caro António Martins

Belo poema,sentido, cortante, fracturante, mas escrito de uma forma soberba. Se fosse uma peça de teatro este pedacinho de texto dava um monólogo lindíssimo, daqueles que os espectadores param de respirar para não perder pitada do que está a ser dito pelo actor.
É muito gratificante ler escritos com esta escolha das palavras, termina-se com vontade de partir para outra leitura.

Um abraço
JLL

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 06/08/2009 22:26  Atualizado: 06/08/2009 22:26
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: A ambiguidade naquela noite
"Mas a noite continuou a ser noite…
Sem sentido,
Sem as sombras do pecado…
Deixámo-nos de escutar!..."

Provavelmente, sem exageros,
um dos mais belos poemas que li por aqui.
E do seus, dos que me lembre, um dos melhores,
Lindo!
Bj Poeta e sorria.
A vida é um mar de desilusões, mas cabe-nos a rifa de inventar sempre novos sonhos.
Bjs para si e Luísa.
Vóny Ferreira