Através
Alcanço por vôo o infinito da tua cor
Com olhar que por sonho tudo é viver
Em que o brilho reflete-a em cada flor
A manhã que à visão se tem sem querer
Pelo real sólido que a digestão me é dor
Ilusão ausente em dias que me faz carecer
Da esperança que o alcance me é clamor
Ao encontro que a vida é tudo alvorecer
Jardins coloridos desenhados na imaginação
Acendem o coração com a luz da liberdade
Com o desejo que respira um ar de afeição
Pelo quadro sonhado em que rompe a ilusão
Transcendendo a solidez com a identidade
Que me torna existente aos olhos da razão
Anacrônico
Em cada fração do tempo vejo transcender a estética
Da face que menina o sorriso é a luz do meu instante
Risco teu olhar rasgado na forma de uma arte poética
Em época densa que me é dor quando você distante
Escrevo versos com a esperança do teu crivo dialético
Enxergar-me livre da ilusão de um poema brilhante
Ao real do teu olhar na cor de uma atração frenética
Desanuviando o meu desejo de um sonho nu e errante
Vestindo-me em ti pela inércia da espessura do presente
Ao encontro do pulsar de quem me faz sorrir o coração
Pela ciência que torna belo este sentir infantil e ardente
Anulando o que me destoa do possível que se sente
Pelo intervalo que o disfarce não esconde a emoção
Em cotidiano existente, mas que pra ti sou distante
Ao Seu Destino
Lua crescente em céu noite além de fulgor
Acolhe em manto um desejo apaixonado
Refletindo na eternidade a face de um amor
Errante ao infinito com querer de ser amado
Ilusão de olhos abertos defletidos pela flor
Ao destino da cor que o retrato é dourado
Insônia do real de um amanhecer delator
Em busca de alguém que se tem em fado
Decanta o tempo pelo cessar de um céu denso
Iluminando a intuição quando resgata a poesia
À limpidez do olhar em direção ao seu intento
Anelo ao extremo lança-se ao limite do senso
Com a nudez da arte, esboço de sua alforria
Desata-se da razão pelo seu anseio intenso
Aborto do Sentido
Se um dia você se deparar com meus olhos a chorar
Minhas desculpas pela erupção de todo o meu sentir
Ao som de um grito que sem controle me faz abortar
A mentira de um riso que o real em mim se faz despir
Pelo cotidiano que desbota a incerteza de caminhar
Destinando o viver em apenas uma forma de existir
Congelando o sentimento de um coração que apesar
O desejo de amar perdura a paixão que lhe faz sorrir
Lá fora o vento sopra a ideia que tenho de liberdade
Que mesma distante, insisto procurar em cada instante
Com a percepção de saudade dos meus sonhos de verdade
Deixe-me a essência da flor que o respirar me é vontade
Em solidão por esperança a um convívio pra lá de confiante
Onde o brilhar dos olhos refletem cores de amizade
Horizonte(Dueto Com Aline Lima)
Vida na arte pela contemplação ao mar
Olhos fixos pela harmonia do instante
Paralisante a alma que a cor ao olhar
Leva-a ao tempo de um infinito distante
Sem barreiras pela liberdade do vôo e lugar
Na velocidade da luz que a torna brilhante
Respirando os sonhos pelo alcance do ar
Em que a visão pelo seu estado errante
No seu caminhar, andarilha do vento
Toca o sentir, transcende o sonhar
Desejar expresso no romper do firmamento
Viajante sem destino, além do seu tempo
No alvorecer do pensamento faz do céu o seu lar
Segredos confessos no silêncio do esquecimento.
Multiface
Meu olhar indefinido sem saber qual é a face
Do riso verdadeiro, quando a minha intuição
Enxerga-te bem distante além do teu disfarce
Delatando a falsidade ao apertar a tua mão
Tuas cenas e teatros enriquecem o meu impasse
Perpetuando a dúvida quando sempre digo não
A demagogia colorida que faz ser o teu passe
A turma de minha classe a procura de afeição
Vendo-te no espelho disforme em sua máscara
Derrete-se bem diante do brilho do meu olhar
Fugidia a fantasia que tentou me conquistar
Pela falácia do discurso que pluraliza a tua cara
Enfeitado pela retórica que me fazem abortar
A confiança que desejas, não irei a ti depositar
Cor De Um Tempo
Cotidiano ilimitado por alegria e diversão
Nada denso em relação ao tempo presente
Quando as cores refletiam viva a emoção
No olhar da criança de uma idéia inocente
Sorriso em face pelo mundo sem concessão
Desafiava o perigo no preencher do instante
Com alma e desejo que transcendia a ilusão
Perpetuando o júbilo que hoje se faz distante
Seqüestrado pelos anos de um real crasso
È condenado em caminho que lhe é destino
Prender o choro pela memória ao passado
De uma época remota esquecida no compasso
Vela a juventude por não mais ser um menino
Seu coração apaixonado que o tempo fez legado
Percepção dos Sonhos
Adormecido pelos sonhos noturnos
Quando escuro o quarto, clareia-te
No silêncio do pensar de um coração
Em fuga à ilusão no degusto ao desejo
Pelo o ensejo da surdez ao grito da razão
Palpando o real que até então impalpável
Acontece no descanso do que é corpo
Quando a alma por torrentes emoções
Reflete o brilho da luz do teu olhar
Pensar Você
Pensar você é pensar a flor
sentir a tua essência pela brisa refrescante
admirando o mar ao além do horizonte
ser mais forte que a dor..., você e eu
no infinito do desejo de nós dois.
Cântico do Tempo
Canto a saudade de um tempo dourado
Pretérito perfeito de cores em total coesão
Com a canção que o sonhar me é apaixonado
Pelo silêncio que o pensar, vive um coração.
Dimensão infinita de um cotidiano alternado
Entre o real do presente e o que foi uma paixão
Em manhãs de brilho de um céu azul e ilustrado
Pelos sonhos que o riso chovia em mim a emoção
Regresso à infância pelo refrão que a candura
Mais uma vez me faz acreditar de ser imortal
Com as ilusões de uma criança em aventura
Pelos dias que o sentido era a própria loucura
Vivendo a imaginação em que a essência floral
Perfumava o meu mundo com arte e pintura