Através da Mente
Minha cabeça está fervendo,
Fervilhando ideias nada.
Minha querida velha espada,
Que já não pode mais lutar;
Quietos estão todos,
Mas não posso me aquietar,
Minha mente já não para,
Já não sei como parar.
E aos poucos percebendo,
o motivo ou intenção,
Vou aos poucos me movendo.
Procurando uma extensão.
Mas com o tempo vou esquecendo,
Procurando me esquecer,
Pois procuro uma razão,
E sem razão não vou viver.
Nota
Passei um certo tempo para achar uma categoria que seria mais "correta" para este poema, mas acho que 'alegria' é o que se encaixa mais.
Espero que apreciem o poema!
Errado
Vai dar tudo errado.
Até seu verso
Não vai dar certo.
Voce vive
Para não viver.
Voce não serve,
Não tente entender.
Seu brilho
É apenas lembrança.
Perdeu seu "eu"
E a esperança.
Tudo o que faz
É detestável.
Não tente sequer
Dar um sorriso.
Seu grito
Soa como um silêncio.
O seu flagelo
É como um mito.
Uma grande lenda
Do que nunca foi.
E nem tente inverter,
Porque nunca vai ser.
99
Enquanto se espera,
a hora vai passando...
Algum dia acharemos,
mas não por enquanto.
De mim para mim mesmo
Que desperdício de mim,
Assim nem mesmo além,
Aquém do meu objetivo,
Subjetivo sempre serei,
Rei de algo que não sou eu.
Quem eu era?
Espera, desperdício concluído,
Esquecido da declaração,
Decepção.
Decepção.
Quem eu fui?
Não, é mais que isso.
É uma completa difamação de min para comigo mesmo.
É a ausência total da minha personalidade.
Barbaridade pelos bárbaros selvagens,
Altas voltagens me preocupam.
Desculpam toda essa ausência
Com mais ausência.
A insistência pela mera não
Desistência.
A decepção que sou para
Min mesmo.
Esmo, estou só.
Agulha de ló,
Cá é tão agitado.
Rejeitado, me sinto perdido
Tanto quanto um peróxido.
Óxido combustível é
Invisível para o coração.
Tenho na mão a mais bela
Sacanagem de mim para comigo.
Bandido, vendido a leilão na
Selva natal.
Animal, como quase todos
Os humanos.
Reclamo a amizade continua
De mim para comigo!
Mas, de mim para mim mesmo,
Onde estou a navegar?
Detalhes são tão pequenos para
Se ver.
Escrever é quase como desabar,
Mergulhar num poço sem fundo.
Não, preciso melhorar.
Existem teses tão confusas
E abstratas, tão difusas.
Concluo que essa não é
A bela verdade do conluio.
Intuo, mas o que é a
Intuição?
Ah!... A linda defesa
Da minha existência...
Decadência de mim para mim mesmo,
Indecência de não ter decência.
Inutilidade que tenho para comigo,
Seria melhor não tenho existido?
Mas ainda existo!
Triste fardo do homem existente.
Está cansado de tanto existir,
Está com a fútil virtude moderna.
São milênios de civilização,
O homem moderno já cansou.
Não quer ver a realidade,
Já quer até sonhar acordado.
Na ânsia de não existir,
Acaba existindo.
Desistindo de subir ao
Paraíso sereno.
O lugar extremo da alma tranquila.
Quer criar o paraíso terreno
E descansar a alma aflita.
Traduções
Me utilize numa equação;
talvez, até, numa solução.
Deixe-me diluir neste lugar;
por favor, me deixe acordar.
Perdi o trifosfato de adenosina,
levantei e me deixei na esquina.
Me traga um chá de repolho,
coe minha vida, fure meu olho.
Pitágoras calcula minha vida.
Lennon, há uma saída?
Lucy está com os diamantes?
Uso genética e sigo adiante.
Conhecimentos que não conheço;
anoto tudo, mas esqueço.
Jogue-me numa probabilidade,
calcule a minha solubilidade.
Os gráficos mostram a velha
sensação de desconforto...
Seguirei a relatividade geral
até que eu seja morto!
As minhas leis naturais
descansam em meu cansaço.
A ciência, meu prazer eterno,
está permeada de mormaço...
Um grau abaixo
Estás uma eternidade abaixo,
o que há com as janelas?
Decerto, tenho agonia nelas,
não consigo apreciar tudo.
Polícia kármica em veludo,
sinto que irei desmaiar.
Estou em qual lugar
que nem consigo me ver?
Ah!... É preciso vencer
mesmo sem disposição...
Determinismo em posição,
impede o entrave final.
Guerrearei sem pausas,
tal qual doentes de esperança.
Tendo em mente as mudanças,
argumentarei comigo mesmo.
Talvez eu fosse até preso,
sendo meu próprio inimigo.
A polícia apontaria a arma
e destruiria meu karma.
Janelas e outras besteiras,
tudo o que permeia o tédio...
Levo um tiro sério
da minha própria caneta!
Pelo fim dos tempos
O silêncio é ouro
Que nunca se explica.
O silêncio é prazer
Que sempre se pratica.
O silêncio é a torre
Que sempre te protege.
Pela patética existência
Da verdade buscada a esmo.
Procuramos o gerne
Da lei que o rege.
O silêncio é o Deus
Que se esconde nos muros.
Queimamos uma madrugada
Buscando tentar entender.
E sempre que nos questionamos
Nos entendemos como burros.
A historia em nossa testa
É um hiato para ocultarmos.
A adrenalina do silêncio
É a casa de pensamentos vazios.
Não conseguimos ver,
Pois estamos solitários, desmotivados e sombrios.
Pare
Quais são as razões?
Se nunca tivermos
o que queremos ter...
ou se num devaneio,
não quisermos mais nada...
Pra quem falar,
se estamos mudos
e sem outra jogada?
Parecia a solução,
mas é uma cilada.
Isto é viver?
No fundo dos seus olhos,
eu vejo sua dor.
Toda a sua solidão,
confundida pelo amor.
É tão confuso
que até rima.
O que é amar?
Talvez se apaixonar
é estar doente da mente,
é negar a razão.
Pessoas tristes perguntam: por que?
Talvez você minta
e nunca sinta
como se fosse real.
Tudo acaba no fim,
mas o que será de mim
quando eu estiver mal?
Cultivo esta solidão,
maltrato meu coração
como se fosse normal.
Abro outra ferida,
me desapego da vida e,
na raiz, arranco o mal.
É mais fácil cair,
quando não se pode subir
ou tentar de outro jeito.
Eu não espero melhoras,
pois já fazem horas
que corto meu peito.
Não consigo lembrar
das pessoas e do lugar
onde eu desisti.
Já não quero saber,
até parei de tentar
provar que já existi.
Nota
Aquele momento em que você se sente uno com o vazio.
Cliente
Tal qual casebre abandonado,
Sinto-me um rei destronado
Quando olho para trás de mim,
E vejo que o mundo acabou assim.
Luxo fúnebre e ganancioso,
Vivendo em desperdício e
Desprovido de autocontrole,
Trabalhamos para um ocioso.
Tal qual um jogo perdido,
Vivo em um passado esquecido,
Onde as pessoas são cheias
E não um grande vazio perdido.