Textos : 

sem número.

 


. façam de conta que eu não estive cá .




foram esquemas de seiva nos olhos, direcções de sangue, lugares de podre. foi o ruído múltiplo dos gestos, braços a cortar o ar como foices. era manhã e choviam pedras. tu dizias-me de todas as manhãs sem mim e eu enchia o papo de carinho. talvez depois nada exista para ferir o mundo e seja coincidência esta loucura. talvez todas as manhãs sem mim te fujam como pássaros magoados. há pedaços de mim que têm asas e fogem enquanto chove. outros pedaços são sinais de fumo quando estás longe. já te contei das planícies de sombra, catos de escuridão; dos vasos ao coração um enxame de saudade. tudo isto só é porque reside em nós a certeza de nada ser entre os corpos. deixa-me morrer, amor, amanhã há tempo para nascer de novo.
 
Autor
Margarete
Autor
 
Texto
Data
Leituras
816
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
jaber
Publicado: 24/02/2010 22:40  Atualizado: 24/02/2010 22:40
Membro de honra
Usuário desde: 24/07/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 2780
 Re: sem número.
num jeito triste mas sempre esperançoso, sem numero mas com emoção, porque se nota que se há uma coisa que não fazes é numero...

Beijo nesse Mar

Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 24/02/2010 22:50  Atualizado: 24/02/2010 22:50
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: sem número.p/Mar
mesmo com todaa tristeza, existe sempre esse amanhã como esperança.

bj

Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 25/02/2010 01:19  Atualizado: 25/02/2010 01:19
Colaborador
Usuário desde: 09/01/2009
Localidade:
Mensagens: 3482
 Re: sem número. à mar
há momentos em que é preciso morrer para renascer livre e voar como os pássaros. chove e é tão profundo.

beijo