Sim, um verso livre eu guardei!
Trazido dum outro meu mundo...
Um verso esculpido e carrancudo
Cheio de margens em que me dobrei!
Um verso polido com cera de abelha
Feito de mel e de melancolias
Um verso cruel e de utopia
Vem nascido do topo da telha...
Um verso antissocial tão perseguido
Uns dizem não ter valor literário...
Um verso vindo do meu íntimo
Alumiado à sombra dum carvalho
Quem sabe seja um verso visionário
Perdido na cúpula do berçário.
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)