Conduzir-me há no tempo o que sei e sou,
Sinfonia amalgamada do alfabeto a erudição
Fonte rutilante de aurorais memórias e gratidão,
Que no verniz de polida imagem o saber cumulou.
Conduzir-me há no tempo a luta que não findou,
Na vertente do cansaço e das derrotas do coração,
Não por frágil que fosse e sim pelos afrontados “não”
No pretérito desposar da felicidade que faltou.
Conduzir-me há no tempo os acordes da canção
Da fé desfalecida na fragilidade dos membros
E acolhida na residente têmpera do espírito,
Transudada em vigorosa couraça e proteção
Conduzir-me há no tempo a coragem restante
De voltar a crer no amor, o fiel do destino,
Que descura a glória e acura o níveo toque d’um sino,
Como esponja dos desatinos do infiel errante.
Conduzir-me há no tempo o arguto olhar d’um vigilante,
Ainda que, deste Santo tempo, o mais infiel viajante.