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Cacos de um Coração

 
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Cacos de um Coração

Toda a maldade humana machuca
É degredo dissimulado e discreto
Tendo o indireto em um enredo
Como imagem refletindo segredo
Arrepia pelos do entrevo das mãos

Como um novelo de seda escasso
Recordo fiapo de pele nos dedos
Do sangue sai a escorrer o poema
E da chuva pequenos raios de sol
Querendo tirar de ti esta teima

Queima os pés e faz doer o coração
Pois é fácil entender sua superfície
O sol não traz a compreensão do todo
Bem é estranho este viver na imundície
E passar a vida chafundando no lodo

Que trouxe do amor foi apenas carência
Vida que se esvai pelos dedos da mão
Até de quem se ri já esquece a piada
Chega de passar pano para a consciência
Vidro partido cacos amargos de um coração

Ainda resta amor passado e reunido em
Um caixão de coisas mortas entre os vivos
Neste que vós vedes triste e alquebrado
Olhos de vidro sem vida e mal amados
Poesias sem cor que estão mais para rabiscos
Encarquerados...

Alexandre Montalvan




 
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montalvan
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