Era o Verão que ali se despedia,
No lugar onde se havia mostrado;
O vento, a chuva, num som murmurado,
Trouxeram o Outono e a nostalgia.
Tal como a folha que se desprendia,
A alma abandonava o corpo sovado,
E o tempo presente era o passado
Que me fez suportar só a invernia.
Veio Março neste tom magoado
E encontrou-me sobre o papel curvado,
No preciso instante em que te escrevia.
Era a tal Primavera que rompia,
Numa rosa o teu rosto florescia,
Plantada sobre mim, já sepultado.
19 de Março de 2001