Ainda agora absorto aqui me sentei,
Sob o manto da noite adolescente,
De olhar sorumbático, talvez doente,
Os ombros ao cansaço abandonei.
Tão clara a escuridão na minha frente,
Mesmo o dia que passou, enevoei,
Foi página não escrita, rasguei,
O absurdo que em mim vive tristemente.
Grande a espera pelo sono balsâmico,
Dádiva dum deus cristão ou islâmico,
Dando à vida o néctar do esquecimento…
Não cabe na morte o bem que apregoa,
Olhos fechados à mente que voa,
Sem reservar destino ao pensamento.
04 de Fevereiro de 2022
Viriato Samora