Poemas : 

Sem título(81)

 
Que sei eu de advérbios de tempo ou de lugar

Que sei eu do anúncio impreciso da tua partida

Que sei eu da tua chegada em mim sempre a tardar

Que sei eu do teu ser de eterna despedida


Falar de pontes intemporais intransponíveis

Falar de frutos irreais inverosímeis

Falar de tempos inventados não acontecidos

Que sei eu dos tempos pelos deuses não detidos


Dizer-te dia ou noite achar-te em claridade

Desenhar-te no meu traço sempre impreciso

Saber-te sol e lua de verdade

Amar-te por me dar e porque te preciso


Saber-te livre em mim por inteira

Saber-te inatingível porque sim

Fazer do teu amor minha bandeira

Saber por te quero sempre em mim


Desenhar a palavra que mereces

Ou dizer-te amor em despedida

Sorrir-te sempre quando me apareces

Enlaçar-te e fazer-te sempre a mais querida




Dionísio Dinis

 
Autor
Dionísio Dinis
 
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Enviado por Tópico
lucibei
Publicado: 01/06/2007 21:00  Atualizado: 01/06/2007 21:00
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 Re: Sem título(81)
Um misto de amor sofrido, de esperança e ao mesmo tempo de aceitação do destino, foi o que me pareceu este poema, que tem a qualidade de escrita a que já nos habituaste.
Beijo

Enviado por Tópico
Mel de Carvalho
Publicado: 01/06/2007 21:59  Atualizado: 01/06/2007 21:59
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 Re: Sem título(81) p/ Dinis
Dizer-te dia ou noite achar-te em claridade
(lindo..)
Este não é um poema para se ler.
É um poema a reter!

Um abraço, Dinis!

Enviado por Tópico
Gilberto
Publicado: 01/06/2007 22:22  Atualizado: 01/06/2007 22:22
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 Re: Sem título(81)
Que sabemos nós afinal sobre o amor! Nada.
Porque o amor, é irracional.

Belíssimo texto!

Um abraço