profundo azul
tenho para ti olhos tristes
que já não voam ao ver-te
tão longe, será que existes
ou só em mim posso ler-te?
vejo um céu que é todo teu
azul, tão puro. e a chuva
que cai em mim porque é turva
se de ternura me encheu?
e a gota na tua face
água profunda sentida
como eu queria que levasse
aos nossos lábios a vida.
mas esse azul tão profundo
falha terrestre sem Deus
queima-me mais num segundo
que o fogo de Prometheus
rouba este azul, vai titã
traz-mo num lírio do monte
na flor terna da manhã,
na estrela do horizonte.
(ouvir no vídeo este poema cantado)
Da grande página aberta do teu corpo
Da grande página aberta do teu corpo
sai um sol verde
um olhar nu no silêncio de metal
uma nódoa no teu peito de água clara
Pela janela vejo a pequenina mão
de um insecto escuro
percorrer a madeira do momento intacto
meus braços agitam-te como uma bandeira em brasa
ó favos de sol
Da grande página aberta
sai a água de um chão vermelho e doce
saem os lábios de laranja beijo a beijo
o grande sismo do silêncio
em que soberba cais vencida flor
António Ramos Rosa
Música e declamação de Afonso Dias, voz de Tânia Silva
Vídeo produzido pela TERESA TEIXEIRA (STEREA)
Grata a todos e parabéns ao josea pela inspiração e aniversário hoje (calhou bem )
Corre o rio de tristezas devagar cor de sangue 🌹
Corre o rio de tristezas devagar cor de sangue
Sangue, sangue de dor arma enferrujada
Veias de veneno lapidado sugado no escuro
Corpo estendido esquecido e sentido
Sangue derramado de um soldado
Com o coração partido perdido, magoado
Guerra estúpida, sem tempo, sem hora
Humanidade despida sem destino nas areias
Escaldantes do deserto desentendidos, ignorantes
Corre o rio de dor, de sangue de odor, podre, fede
Carne apodrecida deixada à sua sorte
Veias lapidadas de cores de uma guerra estúpida
Sem honra, sem respeito, sem compaixão
Feridas feitas no peito de sangue que deixam cicatrizes
Na fogueira das vaidades resplandecentes sentimentos
Lapidados de sangue nas veias de um corpo escondido
Onde as trevas cobiçam aquilo que não podem ter
Águas que correm com a força da natureza nas fragas
Da nossa lucidez na dor sentida tantas vezes em nós
Corre o rio de tristezas, devagar nas pedras cor de sangue
Desta humanidade que se esquece de conquistar a bondade .
Quando eu morrer serei pó
numa qualquer roseira
entre as saudades de alguém.
🌼🍂🌻🍁
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
O silêncio
O silêncio
Ouvi o silêncio a minha alma acorda
os meus sentimentos mais apurados.
Nessa quietude sou influenciada, moral
e fisicamente a momentos, passados.
Olho magoada, sinto a dor e amargura
de tempos doridos e inquietude ansiosa
de uma esperança, de engano desfeita
ante a impotência, sempre caprichosa.
Uma vida repartida que foi tão gostosa
desde embrião a florir e depois começa
a crescer, linha trémula e curva desastrosa.
Caminho de pedras, de lágrimas regado
que pisamos escondendo em falsos risos,
o dia da tua entrega a Deus, já esperado.
Helena
"AS ROSAS MEU AMOR👒🌹"
As minhas mãos são como as saudades de amor
Cartas escritas no desejo do teu corpo aveludado
Como as leves pétalas de rosas, seda e cetim
Feitas em poemas que repousam ternamente
Entre as nuvens e afagos da minha dor, do meu amor
Perdidas e esquecidas entre as fragas da vida onde
Os olhos cheios de mar, voz que murmura ao meu ouvido
Ternamente escrita no teu olhar, acorrentada na minha pele
Cala a mágoa quando falo de amor, inventa-me e invento-te
Mãos vazias no silêncio, onde esconde a minha dor, desamor
Palavras que gritam nas noites frias e silenciosas como uma rosa
Do tempo do amanhecer escritos no meu coração
Onde gritam todos os silêncios num doce olhar, sem te prender
Calor da tua voz a ternura do teu olhar um instante de paixão
A tua mão presa na minha mão o meu corpo ardente no teu
As rosas nas minhas mãos são como as saudades de ti meu amor.
👒🌹
👒🌹
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Gritei amor ....Tentei gritar o teu nome. 💕
O desejo cresce inseguramente na confusão da carne
Sem palavras, sem gestos com gosto a sangue e a carne
Na sombra e na calada da noite cresce o crepúsculo de um espelho
Na janela do quarto voa uma cortina de seda
Quando a noite destaca-se sente-se a carne que tem o travo
Da saliva, saliva sabe a carne desejada
Não existe o mundo lá fora só os nossos corpos
Genuínos e inalteráveis os gemidos de paixão e amor
Que corre como águas para os rios
Paz exterior das folhas que dormem no silêncio
na hora da posse quando a força de vontade ressuscita
Dentro de nossas almas ilumina-se
Com a luz da palavra despedida cresce tomando tudo
no teu regaço deitados nas noites, à luz das trevas
Gritei amor tentei gritar o teu nome
Para esquecer-me de ti sei lá porquê, não perguntes
Agora ouve, ouve meu amor, o meu fôlego
A chamar-te, a gritar por ti sente meu amor
Sente o meu silêncio a beijar-te não vás que o lume
Acabou de acender para nos devorar no escuro
Onde seremos eternos amantes como a alcateia dos lobos
Que a nosso lado pernoitam meu amor
🌹💕
🌹💕
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Na esfinge de nossos olhos transpiram-se os inquietos dos alheios que se concluem em gestos icônico.
Guardiãs que se movem pela luz descritas nos horizontes dos DEUSES
Na boca bate o amargo dos ventos trazidos pelas areias desérticas
Como um estojo que se abre a procura de um grafite para escrever algo em seus lábios
Um rascunho dizendo que minhas lágrimas estão chorando o ontem, onde as palavras não se movem, não se descrevem.
As alvuras dos cantais que se espremem minimizando-se um silêncio
Os escurecem quando nada conseguem ver, uma escuridão que se murmura nas penumbras.
Aquilo que se levanta da terra, fazendo aspirais penetrarem pelos átomos do olhar
Das bicas volúveis adestrais consomem´se no evaporar
Que onde nada fica nada acontece, nada se faz
É dessas sombras que se volteiam um aquilo, tocam nas ancas dos instantes banais.
Na esfinge de nossos olhos transpiram-se os inquietos dos alheios, se concluem em gestos icônico
O nosso amor se reflete dos vultos de nossas faces.
Autor: martisns
14.11.2014
JOSÉ CARLOS RIBEIRO
monotype corsiva
cobre-me com teu céu amorenado de chuvas
carregadas de pecados
massageia-me com letras
libertinas, pecaminosas,
nuas, oleadas
e indecorosas
acaricias-me com as penas
de aves pagãs
roça-me
dedilha-me
aquece-me
engravida-me de versos
lânguidos
pervertidos
e ousados
escreve-me no corpo
um poema ascendente/descendente
de um jeito rimado
melódico
cadenciado
ondulante na fonte monotype corsiva
em arabescos pervertidos
pra em tua boca serem
quentes recitados
" CARTA SIMPLES" Amo-te António.. 💕
💕 Amo-te António, gosto de ti
Como eu gosto de ti, talvez tu não saibas
Como é bom envelhecer contigo
Aconchegar as tuas costas
quando adormeces no sofá
Esperar-te à noite
sobre a nossa cama velhinha de ferro
Creio que foi o teu olhar
Que eu quis navegar
Quando te conheci e te vi
Eras tão bonito e continuas a sê-lo
Foi amor à primeira vista
Um encantamento
Um deslumbramento, de uma miúda de 17 anos
Passados todos estes anos
(29-vinte e nove anos) de casados
(10-dez meses) de namoro
Cá estamos nós meu amor
Na luta da vida que nunca foi fácil
Ouve alturas que as dores e sofrimento
A necessidade, a falta de tantas coisas
más decisões, más escolhas
Trouxeram-nos muitos dissabores
A nossa vida foi feita com alegria
Amor, esperança e muita fé
Passámos por privações muito dolorosas
E no final ficámos mais fortes
Mais unidos e muito mais apaixonados
Muitas vezes gosto de observar-te
Sem que dês por ela
Olho para ti em silêncio
És o homem que amo e desejo
És um Pégaso meigo, honesto, apaixonado
Ciumento, possessivo e eu meu amor
Sou um cavalo selvagem
Que não consegues domar
É isso que completa-nos
Tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais
Como uma tempestade de vento e chuva
Que acalma de repente
Gosto de beijar-te com ternura
Enquanto vemos um filme
Talvez seja melhor fazermos amor, foste apanhado
Gosto de irritar-te, de provocar-te eu sei
Afinal estamos a envelhecer
Mas não estamos gastos para o amor, para amar
Onde estão as nossas memórias
Os sonhos esquecidos, guardados
A nossa prioridade são os nossos filhos
Lindos perfeitos
Que Deus nos deu uma grande bênção
Afinal eles são o maior tesouro que conseguimos juntar
Oito (8) diamantes
cinco meninas e três rapazes que são o nosso orgulho
Eu sei que amas-me, que te revês nas minhas rugas
Na minha fuga do tempo, vamos ser velhos
Amigos, cúmplices, amantes, companheiros
Apaixonados de tantos Invernos
De tantas primaveras, de tantos sorrisos
De tantas alegrias e tristezas
De tantas aventuras
Afinal, ainda não temos netos, eu sei, tu
Tal como eu gostaríamos
De os conhecer, mas temos que ficar à espera
Depois meu amor, ficar contigo e morrer no teu sorriso
António
12-01-1985
💕
💕
Isabel Morais Ribeiro da Fonseca
PERDIDA NA CHUVA🌺🍁
Perdi-me nas sombras
Molhei-me na chuva
Desci ao inferno
Senti os seus horrores
Sombras perdidas na chuva
Onde abri feridas e rasguei as dores
Olho a janela
As gotas batem nos vidros
Sinto-me exposta aos temores
Perdi os sentidos e todos os amores
Corrói-me com o ácido no corpo
Porque ousei e desejei cheirar as flores
Jardim solto da minha alma
Desci ao inferno, senti os horrores
Perdi-me nas sombras, molhei-me na chuva.
Abra a porta
Para que entre
A luz da felicidade
❤️
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
A poesia
A poesia
Lindo o poema em que a liberdade da alma
parece uma ninfa percorrendo todos espaços
do nosso coração sempre em flor e no ar deixa
um perfume suave nas nossas mãos, nos abraços.
Se alguém encontrar palavras contagiantes
que apelem a um evocativo convite, ao calor
de uma paixão ousada, abraços, dramas, dores
e carícias, beijos sôfregos, sussurrante amor.
A um mar murmurante, flores, cor, ciúme ardente
a silhueta perfeita, cochas redondeiras, belas faces,
tristes, risonhas, olhos meiguinhos e boca carente.
Assim como num sonho tudo brilha, fenece ou é fantasia
tudo se esfuma nas nuvens ou rola ao sabor do vento,
do Sol, da Lua e de tudo entrelaçado se faz a poesia.