*AS ROSAS MEU AMOR ♥
Nas minhas mãos são
Como as saudades de amor
Cartas escritas no desejo
Do teu corpo aveludado
Como as leves pétalas
De rosas, seda e cetim
Feitas em poemas
Que repousam ternamente
Entre as nuvens e afagos
Da minha dor, do meu amor
Perdidas e esquecidas
Entre as fragas da vida onde
Os olhos cheios de mar
Voz que murmura ao meu ouvido
Ternamente escrita no teu olhar
Acorrentada na minha pele.
Cala a mágoa quando falo de amor
Inventa-me e invento-te
Mãos vazias no silêncio
Onde esconde a minha dor, desamor
Palavras que gritam nas noites frias
E silenciosas como uma rosa
Do tempo do amanhecer
Escritos no meu coração.
Onde gritam todos os silêncios
Num doce olhar, sem te prender
Calor da tua voz a ternura do teu olhar
Um instante de paixão.
A tua mão presa na minha mão
O meu corpo ardente no teu
As rosas nas minhas mãos são
Como as saudades de ti meu amor.
♥
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Lamparinas antigas de azeite a arder 🌹
Velas acesas no castiçal de prata velha
Lamparinas antigas de azeite a arder
Incenso misturado com óleo, numa taça de cinzas
Que geram muitas vezes o tormento
Rosa bela do jardim mágico, invejosa e triste
Incendeia a paixão do tempo esquecido, perdido
Quando a alma precisa de um momento de amor
O passado passa, o futuro acontece no tempo que
Existe, das tristezas que esquece, castelos floridos
Sorrisos colhidos, amor de encantar que florescem
Acaricio o doce, afago com a vida e embriago-me
Solidão trancada de velhos cadeados enferrujados
Palavras escritas num pergaminho de um caminhante
Que deixa lembranças, do caminho tantas vezes percorrido!
╰⊱♥⊱╮💕╭•⊰ 🌺
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*Palavras soltas ilusões da vida ♥
Sensual de paixão, voluptuoso e libertino
Solidão dos corpos, ilusões da vida
Sonhos loucos, olhares sombrios
Mágoas e angústias, espinhos das rosas
Poetas tristes, madrugadas vazias
Rostos frios, palavras sentidas
Maresia e vento, tempestades do inferno
Fogo da carne, mar imenso
Cegos do destino, escuridão da trevas
Sentimento de um poema, despido de mágoa
Infinito e intenso, perfumado no tempo
A chuva cai com força na lama
Lágrimas de sangue, dor
De todos aqueles que perderam a vida
Por uma causa, por um ideal
Luta desigual entre o aço e a carne
Entre a pátria, família, liberdade
Rasgada por dentro, carne sofrida
Sofrimento atroz, dor que arde
No fogo do inferno, sofrida depois da ida
Guardada depois da vida, dos mártires
Da guerra feita do aço e da carne podre
Sem alma, sem coração, sem honra, sem humildade
Homens sem esperança perdidos, esquecidos, com fome
Com frio, lágrimas de sangue que correm nas veias
Sem medo, sem nada, esperam a paz dada pelo aço.
ღ 🌹 ಌ
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
O silêncio
O silêncio
Ouvi o silêncio a minha alma acorda
os meus sentimentos mais apurados.
Nessa quietude sou influenciada, moral
e fisicamente a momentos, passados.
Olho magoada, sinto a dor e amargura
de tempos doridos e inquietude ansiosa
de uma esperança, de engano desfeita
ante a impotência, sempre caprichosa.
Uma vida repartida que foi tão gostosa
desde embrião a florir e depois começa
a crescer, linha trémula e curva desastrosa.
Caminho de pedras, de lágrimas regado
que pisamos escondendo em falsos risos,
o dia da tua entrega a Deus, já esperado.
Helena
✿AS FOLHAS DAS LETRAS*
As folhas das letras atravessam os carris
Elas desconhecem as linhas do destino
Chegam à estação na vertigem do silêncio
Viagem atribulada feita na escuridão dos túneis
O poeta escreve nos caminhos mais nocturnos
A morte desvenda o mistério de um rosto triste
Os labirintos da alma são a solidão do corpo
Palavras secas no palato da nossa memória
No silêncio descrevo com esta sonolência
Poética onde invento ninhos feitos de ilusões
Palavras por escrever, por dizer tantas vezes
Sussurradas nas páginas brancas do poema
Dor sentida de lamento nas esquecidas letras
Onde atravessam os carris da nossa curta vida
Viagem atribulada esta a nossa, do destino incerto
A morte desvenda o mistério da vida mal vivida.
*
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Pendurei no estendal toda a minha dor 👒
Pendurei na corda do meu estendal
O meu lamento, a dor, o desassossego
Veio a chuva molhou-me, senti-me nua
Torci a roupa da minha saudade
Não há mais nada encantador
Que livramos-nos de tudo que nos faz mal
Não aceite maus conselhos
Não se deixe levar por palavras de desânimo
Existe sempre uma saída para qualquer problema
Por mais que nos pereça complexo e difícil
Não se esqueça que a nossa força está dentro de nós
Tenha sempre amor no seu pensamento
Ele o ajudara a vencer todos os obstáculos.
São as mais belas rosas
Que perfumam a minha vida
🦋💕
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*TRISTE SONETO✿
Triste soneto à morte prematura
Dirás que a vida cansa em amargura
No coração digo antes
Ferida rasgada de uma navalha
Vai a vida, tão mal gasta
Quando eu morrer, eu sei
Tu escreverás
Consciência que nos retalha
Triste soneto de uma morte prematura
O desejar, o querer, o não bastar
Dirás que a vida cansa em amargura
E, enganado procuras a razão
Pálido e frio, tu me cantarás
Que o acaso de sermos, justifique
Nas quadras, reflectido se lerá
De como, vã e breve, a vida expira
E como em terra funda, dura e fria
A vida, má ou boa, acabará
Eis o que dói, talvez no coração
Que a morte é um mistério
Onde tudo é fugaz
Contente por tê-lo escrito bem
Um triste soneto à morte prematura.
&
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*Perdi-me nas sombras na chuva ✿
Perdi-me nas sombras
Molhei-me na chuva
Desci ao inferno
Senti os seus horrores
Sombras perdidas na chuva
Onde abri feridas e rasguei as dores
Olho a janela
As gotas batem nos vidros
Sinto-me exposta aos temores
Perdi os sentidos e todos os amores
Corrói-me com o ácido no corpo
Porque ousei e desejei cheirar as flores
Jardim solto da minha alma
Desci ao inferno, senti os horrores
Perdi-me nas sombras, molhei-me na chuva.
Abra a porta
Para que entre
A luz da felicidade
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
monotype corsiva
cobre-me com teu céu amorenado de chuvas
carregadas de pecados
massageia-me com letras
libertinas, pecaminosas,
nuas, oleadas
e indecorosas
acaricias-me com as penas
de aves pagãs
roça-me
dedilha-me
aquece-me
engravida-me de versos
lânguidos
pervertidos
e ousados
escreve-me no corpo
um poema ascendente/descendente
de um jeito rimado
melódico
cadenciado
ondulante na fonte monotype corsiva
em arabescos pervertidos
pra em tua boca serem
quentes recitados
♥CANETA NA MÃO*
Agarrei na minha caneta
Senti saudade de escrever
Olhei para o papel e nada
Tudo em branco
Pedaços rasgados de papel
Olhei é só dor
Há momentos que marcam-nos na vida
As saudades, as partidas
Ficam como pedaços
Lembranças, memórias
Volto a tentar escrever
Lembrei-me dos meus pais
Que estão velhinhos doentes
Numa aldeia escondida
Lá para Trás os Montes
Por serras montes e fragas
Saudades que tenho
Tantas lembranças de criança
Como era bom ser criança
Feita de miminhos e carinhos.
As mãos da minha mãe
São mágicas e cheias de vida
*
Isabel Morais Ribeiro Fonseca.